FISCALIZAÇÃO
Flagrantes para uso de cinto de segurança crescem 170% na Bahia
Aumento das infrações nas rodovias federais da Bahia é explicado pela instalação de câmeras de monitoramento nas BRs 116 e 324
Por Madson Souza
“Não coloquei o cinto porque é um percurso curto”, “o cinto de segurança estava me incomodando” ou “ele atrapalha minha movimentação” são algumas das desculpas dadas por motoristas para não usar o cinto de segurança. De uso obrigatório há mais de 25 anos no Brasil, o descuido no uso do equipamento segue acontecendo. Conforme levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) os flagrantes por falta de uso do cinto de segurança cresceram 170% nas rodovias federais que cortam o estado, quando comparado o mesmo período, de 1º de janeiro a 31 de julho, de 2024 com 2023.
“De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a utilização do cinto de segurança pode reduzir em até 40% o risco de morte dos usuários em caso de um acidente de trânsito. O cinto de segurança impede que a pessoa seja lançada do veículo ou até mesmo que possa se chocar contra elementos do próprio veículo ou contra outros ocupantes. Essa fixação que o cinto de segurança traz é uma maior segurança para a pessoa”, afirma o inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Fábio Rocha.
Apenas nos primeiros sete meses deste ano já foram autuados 15.914 motoristas e passageiros que não usavam cinto, enquanto no mesmo período de 2023 foram registradas 5.877. Uma das explicações para o aumento das ocorrências são as câmeras de monitoramento instaladas pela concessionária ViaBahia em locais das BRs 116 e 324, que receberam este ano a implementação de tecnologia de inteligência artificial.
A não utilização do cinto de segurança e o uso de celular são algumas das infrações que esses dispositivos são capazes de identificar automaticamente. “Essa ferramenta registra e encaminha em tempo real para um policial rodoviário federal que faz a checagem das imagens e confirma se há realmente a infração de trânsito. A tecnologia acaba auxiliando, tornando mais eficiente, mais eficaz a nossa fiscalização e por isso houve esse aumento tão drástico no número de flagrantes”, explica o inspetor da PRF.
O aumento nas ocorrências de infrações por uso do celular no volante chegou a 600% em trechos sob circunscrição da Delegacia PRF de Simões Filho, por conta do uso dessa tecnologia. Foram 4.127 autuações por uso de celular no volante de janeiro a julho deste ano, já em 2023 foram 585 autuações.
Ação do Detran-BA
O cenário é diferente quando observados os números de fiscalização para o uso do cinto de segurança nas rodovias estaduais e centros urbanos, apurados pelo Detran-BA. O total de infrações registradas é 10,75% menor quando comparados o primeiro semestre de 2024 com o mesmo período de 2023. A explicação para a queda nas ocorrências tem a ver com o modelo de fiscalização praticado, de acordo com o coordenador da Controladoria Regional de Trânsito do Detran-BA, Lucas Albiani.
“A redução é justamente pelo padrão que o Detran já vem mantendo há alguns anos de fiscalização intensiva, e tem a questão também de método de abordagem. O condutor tem se prevenido e tem colocado o cinto já sabendo que vai ser abordado e que vai ser autuado, se não seguir a regra. Além do que nossa abordagem é pessoal, então pelo enfileiramento de veículos para passar nas nossas blitzes muitas vezes dá tempo de colocar o cinto. Nossos agentes ficam atentos, mas há uma limitação física”, conta.
Fiscalização preventiva
Está planejada a ação integrada de fiscalização e educação para o trânsito na próxima quinta, 15 de agosto, que faz parte do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). A Ação visa promover a segurança no trânsito e sensibilizar os usuários das vias, através de ações coordenadas e efetivas, conforme informado em nota da PRF.
A ação é da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia, em parceria com a Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA). “Fazemos esse investimento pesado porque acreditamos que uma fiscalização repressiva não é o suficiente para mudarmos a realidade. Temos que agir de forma também preventiva, conscientizando e fazendo sobretudo essas campanhas de educação”, conta o inspetor da PRF Fábio Rocha.
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