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05/10/2022 às 11:07 | Autor: Daniel Genonadio

SAÚDE

Bahia lidera alta de casos de meningite no Brasil em 2022

Sesab descarta surto e incentiva vacinação infantil contra a doença

Taxa de vacinação contra a meningite na Bahia não atinge a meta desde 2016
Taxa de vacinação contra a meningite na Bahia não atinge a meta desde 2016 -

A Bahia está entre os estados do Brasil que convivem com uma alta de casos de meningite. Até setembro, houve um aumento de registros de 136%, o maior do Brasil. O estado é seguido por Espírito Santo (103,6%) Rio de Janeiro (55,5%) e Minas Gerais (1,31%). Os dados levam em conta uma comparação com o ano de 2021.

Na Bahia em 2022, houve registro de 273 casos confirmados de meningites de diversas etiologias, com 26 óbitos. Em 2020 e 2021, foram registrados 143 (CI 0,93/100 mil hab) e 105 (CI 0,68/100 mil hab) casos, respectivamente, no mesmo período (SE 38).

A Sesab informou que em 2022 foi observado um aumento no número de casos confirmados para todas as etiologias, com destaque para a meningite bacteriana, notando-se um incremento de 240% até a semana epidemiológica 30. A maioria dos casos de meningite bacteriana foi confirmada na faixa etária de 35 a 49 anos, seguida 20 a 34 anos, e em pessoas do sexo masculino.

A Sesab justifica que, possivelmente, a redução das medidas de controle (isolamento social, uso de máscaras, etc.) adotadas durante a pandemia da covid-19, podem ter contribuído para o aumento do número de casos em 2022. A justificativa leva em conta os anos de 2018 e 2019, quando no mesmo período, foram confirmados 337 casos (CI 2,19 mil/100 mil hab) e 348 casos (2,27/10mil hab) de meningites respectivamente por todas as etiologia.

Ao Portal A TARDE, o técnico da Coordenação de Doenças Imunopreviníveis da Sesab, Ramon Saavedra apontou que a comparação justa entre os números de 2022 tem que ser feito com anos não-pandêmicos. "Os dados que foram registrados em 2020 e 2021 são incomuns, diante do isolamento social que afastou as pessoas dos serviços de saúde para algo que não fosse urgente. Isso diminuiu nossa capacidade de monitoras esses casos. Não podemos considerar esses dados", apontou.

"De fato a gente precisa estar atento para medidas cabíveis para evitar aumento de casos de meningite fora do padrão histórico dessa doença dentro dos anos não-pandêmicos. Essa alta recente gera uma atenção maior e mobiliza a gente para emitir alertas epidemiológicos e se antecipar a possíveis problemas. Sensibilizar a rede de saúde, os profissionais de saúde. Para a população, a gente tenta dialogar, verificar a caderneta de vacinação e se for necessário atualizar com doses", continuou Saavedra.

Incentivo à vacinação

A vacina é a forma mais eficaz de prevenir a doença, mas nos últimos anos, em um problema mundial de baixa na cobertura, a Bahia tem encontrando problemas para atingir a meta estabelecida para a aplicação da vacina meningocócica C conjugada, que previne a forma bacteriana da doença, que é mais letal.

A meta estabelecida pelo Plano Nacional de Imunizações é de vacinar 95% das crianças de 0 a 10 anos com a vacina meningocócica C conjugada. A Bahia não atingiu esse patamar desde 2016. Os números dos últimos quatro anos foram: 2018 (78,6%), 2019 (76,5%), 2020 (72,7%), 2021 (61.8%) e 2022 com 62,9% até julho.

"A gente tem um problema de saúde pública no mundo que são as baixas coberturas vacinas, isso mesmo antes da pandemia. Nossa orientação aos municípios é intensificar as ações de vacinação. Implantar estratégias de vacinação alternativas para além da vacinação passiva de ficar a equipe na unidade de saúde. Isso está sendo orientado em reunião repetitivas com os gestores municipais. Isso é uma pauta e uma agenda prioritária. O movimento é fazer com que a agulha chegue no braço da população e não esperar que o braço chegue dentro de uma unidade para tomar a vacina", afirmou Saavedra.

Além disso, neste ano, com o objetivo de aumentar as coberturas vacinais, a Sesab ampliou a oferta da vacina meningocócica C conjugada para as pessoas de 1 ano de idade até 19 anos, 11 meses e 29 dias de forma seletiva, ou seja, jovens até 19 anos, que não tiveram recebido a vacina na infância, podem se vacinar. Da mesma forma, também foi ampliado o público-alvo da vacina meningocócica ACWY, que estará disponível na rede pública, até junho de 2023, para os adolescentes de 11 a 14 anos.

A importância da vacinação também foi reforçada pela infectologista Clarissa Cerqueira. "Para combater a alta de casos é importante as pessoas terem a caderneta de vacina em dia e também evitar contato próximo com pessoas que estão doentes. No entanto, a meningite bacteriana que são mais graves, muitas vezes as pessoas tem meningite viral e nem sabem. As bacterianas tem a capacidade de ser mais grave e para essas três principais bactérias, nós temos vacina. Por isso reforçamos a importância da cobertura vacinal para prevenir as meningites bacterianas, que são mais graves", falou ao Portal A TARDE.

A doença

A meningite é uma inflamação das meninges —as três membranas que envolvem o cérebro e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. A doença pode ser causada por bactérias ou vírus. Mais raramente, é provocada por fungos ou pelo bacilo de Koch, da tuberculose. Pessoas de todas as idades podem desenvolver o quadro, que no entanto costuma afetar mais crianças.

A doença pode ser transmitida pelo portador através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe. O período de incubação varia de dois a dez dias.

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