Consumo de álcool e alterações hormonais relacionadas à hipertrofia

Os hormônios são mensageiros químicos que controlam e coordenam funções em todos os tecidos e órgãos. O hipotálamo e a pituitária, liberam esses hormônios, assim como as glândulas em outras partes do corpo. Os hormônios controlam as quatro maiores áreas de função corporal: produção, uso e estoque energético; reprodução, manutenção do ambiente interno; e crescimento e desenvolvimento. Para que os hormônios funcionem adequadamente, sua quantidade e o tempo de liberação deve ser bem coordenado e, os tecidos alvos devem estar aptos à responderem precisamente.

O álcool pode prejudicar as funções da liberação hormonal pelas glândulas e aos tecidos alvos, causando consequências médicas. O álcool prejudica a gliconeogênese hepática (produção de glicose pelo fígado) e consequentemente a vazão de glicose e o seu estoque. A disponibilidade de glicose é utilizada na síntese muscular protéica, demonstrando portanto as consequências negativas do consumo de álcool no metabolismo muscular. Um consumo agudo de álcool também impacta na função neural, cardiovascylar e termorregulatória, podendo causar miopatias musculares como a miopatia alcoólica.

O etanol e seus sub-produtos metabólicos seletivamente prejudicam a sinalização de IGF-1 via S6K1 o que afeta diretamente a transcripção de genes envolvidos na hipertrofia muscular especial as fibras do tipo IIx, as quais são as mais responsivas para hipertrofia. Além disso, ele reduz os níveis plasmáticos do hormônio do crescimento (GH) e altera os eixos pituitários através da redução da liberação de LH, o que consequentemente, dependendo da dose consumida pode induzir a uma queda nos níveis de testosterona.

Referências

BIANCO, A. et al. Alcohol consumption and hormonal alterations related to muscle hypertrophy: a review, Nutrition & Metabolism, v.11, n.26, 2014.

Por Joyce Rouvier