HIDRADENITE SUPURATIVA
Doença na pele pouco conhecida pode levar à depressão
Segundo especialistas, condição pode causar, ainda, isolamento social e ansiedade
Por Da Redação
Doença inflamatória de pele que acomete cerca de 0,5% da população brasileira, a hidradenite supurativa é uma pode causar impactos sociais e psicológicos na vida das pessoas. Com isso, alterações de temperatura e mudanças de estação, como no verão, podem requerer cuidados especiais para evitar a fricção do órgão, alertam os especialistas.
A hidradenite é caracterizada por nódulos e caroços que aparecem com frequência em regiões de grandes dobras no corpo, como as axilas, sob as mamas, nádegas e entre as regiões genitais. Eventualmente pode surgir também no couro cabeludo, nuca e face.
Esses caroços – que podem ser de vários tamanhos, como uma ervilha até uma bola de gude – tendem a soltar pus, causando, muitas vezes, um odor desagradável. Apesar de a hidradenite supurativa estar ligada à predisposição genética, a obesidade e o tabagismo podem ser gatilhos e agravar o quadro inflamatório.
Na maioria dos casos, a doença começa após a puberdade ou em adultos jovens – afetando de 2 a 5 vezes mais mulheres do que homens. "A doença tem um forte impacto na vida dos pacientes. Muitos têm dificuldades para andar ou sentar, dependendo da região das lesões cutâneas. Em dias mais quentes ou abafados, recomendamos que o paciente utilize tecidos mais leves", explica Gleison Vieira Duarte, dermatologista do Instituto Baiano de Imunoterapia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Segundo ele, a doença costuma afetar a vida sexual das pessoas e até mesmo os relacionamentos, trazendo, assim, maior probabilidade de diagnósticos de depressão e ansiedade, em comparação com outras enfermidades.
Não existe cura para a hidradenite supurativa. Mas com o tratamento precoce, o dermatologista pode ajudar no controle das lesões.
Apesar da gravidade, a busca por um diagnóstico correto pode levar anos se não for submetido a uma análise de um dermatologista. "Muitas vezes o paciente procura outros especialistas, devido às características da doença, que são confundidas com infecções, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento correto", analisa Duarte.
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