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Exercícios e controle de peso contribuem na luta do câncer de mama

Publicado quarta-feira, 20 de outubro de 2021 às 17:11 h | Atualizado em 20/10/2021, 17:13 | Autor: Da Redação
Entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados ao estilo de vida. | Foto: Divulgação
Entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados ao estilo de vida. | Foto: Divulgação -

Além de proporcionarem uma vida mais saudável, bem-estar físico e mental e prevenção de várias doenças, inclusive o câncer, a prática de exercícios e o controle de peso são grandes aliados para a melhor evolução do tratamento do câncer de mama.

Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que afirmam que entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados ao estilo de vida, como a falta de atividade física e o consumo de alimentos não saudáveis.

Segundo a médica oncologista especializada em mamas Bruna Zucchetti, do Hospital Nove de Julho, as pacientes que praticam atividades físicas, de modo geral, respondem melhor ao tratamento, sentem-se mais dispostas e conseguem controlar melhor o peso. “Percebo isso com as minhas pacientes”.

“Sabe-se que mulheres com câncer de mama que fizeram, pelo menos, 150 minutos de atividade física moderada por semana tiveram menos recidiva da doença – quando o câncer volta a aparecer – do que as pacientes sedentárias”, a médica. Zucchetti explica que movimentar-se é algo que deve fazer parte da rotina dessas mulheres, inclusive para combater a fadiga relacionada à quimioterapia.

Após enfrentar um câncer de mama durante 12 meses, a contadora Maisa Romanin, 42, atrelou a prática de exercícios em sua rotina e percebeu os resultados. A doença implicou na realização de uma cirurgia de mastectomia parcial e posteriormente 18 sessões de quimioterapia.

“A mudança de estilo de vida, após ver tantas mudanças no meu corpo depois tantas sessões de quimioterapia, me motivou para nunca mais parar de me exercitar, e isso foi fundamental para que o tratamento fosse um sucesso e cada vez mais eu me sentisse próxima da cura”, afirma.

Estudos recentes mostram ainda como o Índice de Massa Corporal (IMC) e a obesidade são muito relevantes quando se fala em câncer de mama e, de acordo com uma pesquisa publicada no JAMA Oncology, revista da American Medical Association, oferecem risco ainda maior para tumores de mama. Das sobreviventes da doença que foram estudadas, aquelas com maior proporção cintura-quadril e mais gordura corporal apresentaram sobrevida global e específica ao câncer de mama significativamente pior.

Bruna Zucchetti pontua que manter uma dieta saudável com frutas e verduras é fundamental, mas lembra que nenhuma dieta específica é recomendada pelas sociedades de oncologia.

“O ideal é ter uma alimentação balanceada e evitar o consumo de alimentos industrializados, principalmente carnes como embutidos. Em relação à atividade física, recomendo tanto para as pacientes em quimioterapia quanto para as pacientes que estão em acompanhamento ou em uso de hormonioterapia, por exemplo. O tipo de exercício e a quantidade de horas dependem de cada pessoa, mas o ideal é que seja, pelo menos, 150 min por semana. Sempre encorajo minhas pacientes a cada vez mais adotarem esse estilo de vida”, aconselha.

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