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TURISMO

Encarnação, Mutá, Cações, Pirajuía. Joias naturais da nossa Contracosta

Por Bernardo de Menezes

24/02/2012 - 12:58 h | Atualizada em 22/01/2021 - 0:00

Prevaleceu a lógica, a praticidade: se no entorno da Baía de Todos-os-Santos expandiu-se uma malha rodoviária que agilizou o deslocamento de pessoas e mercadorias, por que continuar usando navios e lanchas que funcionavam (literalmente) a pleno vapor nos roteiros diários entre Salvador (a antiga Cidade da Bahia) e a Contracosta da Ilha de Itaparica? Entre estas embarcações (hoje inexistentes), estavam os navios Avante, Bela Anísia, João das Botas e as lanchas Espera e Flor de Lamar, só para citar os mais conhecidos.

Está aí um exemplo da “marcha inexorável do progresso” transformando em nostálgicos os tempos em que havia maior vitalidade por aquelas bandas. É nesta faixa costeira que estão as localidades de Mutá, Cações, Pirajuía e Encarnação. Além de Salinas da Margarida (tema da página 5). Fazer turismo náutico no lado Oeste da Baía, entre a Ilha e o Recôncavo, não é tão simples quanto pelo setor Leste, ao lado de Salvador, rico em opções de passeio para Ilha dos Frades, Ilha de Maré, Ponta de Areia e cidade de Itaparica, com a sua marina.

Pós-Carnaval - Para o lado de cá da Baía, mais conhecido, não faltam escunas e lanchas no Centro Náutico (Avenida da França), enquanto que no terminal de São Joaquim há um ferry-boat saindo a cada hora rumo a Bom Despacho, na Ilha de Itaparica. Ferry, aliás, que ajudou a sepultar de vez o (para muitos) saudoso transporte de pessoas nas antigas embarcações da Bahiana. Como positivo neste esquecimento vivido pela Contracosta há pelo menos três décadas, está a sua maior preservação. Se você quer experimentar uma Baía diferente, que parece ter parado no tempo, aproveite esta ressaca pós-Carnaval, dê um pulinho em suas praianas localidades ribeirinhas e relaxe.

Como já foi dito, o acesso náutico a partir de Salvador é mais escasso para lá. Ainda não apareceu alguém disposto e explorar turisticamente (e de maneira séria) este verdadeiro diamante em estado bruto que é a Contracosta da Ilha. Embarcar rumo a esta região depende de procura e habilidade para negociar o preço do passeio, já que o roteiro náutico é mais longo que o convencional. Porém, de carro, você atravessa a Baía de ferry-boat e logo pega a BA-001. Cerca de 34 km adiante, após a Ponte do Funil (que liga a Ilha ao continente), pegue a entrada à direita e siga pela BA-534.
Ali começa o “paraíso”, aquilo que, para muita gente, o lado mais conhecido da Ilha perdeu há muito tempo. Ou seja, aquele jeitão de vila de pescadores. Ao longo dos 22 km da BA-534, você terá como primeira parada Cações. Em seguida, vem Mutá, depois, Pirajuía e o distrito de Encarnação de Salinas. Além de um luminoso mar de águas límpidas, serenas, pontuado por velas de rústicas canoas e mulheres catando mariscos na areia, estas localidades têm em comum a extrema simplicidade, com pousadas prá lá de “básicas” e restaurantes que funcionam em sua maioria nas casas de moradores.

Pescador e corredor da regata anual João das Botas, que acontece anualmente entre janeiro e fevereiro, Luciano Correa de Souza, 38 anos, tem à disposição dos visitantes uma imensa canoa com duas velas. Um dos percursos náuticos mais gostosos da Contracosta liga Mutá à Fonte do Tororó, onde uma bica de água doce cai sobre a praia. Com bom vento, dura de 20 a 30 minutos ida e volta, respectivamente. O preço varia de R$ 40 a R$ 50 (tel. 9602 5853).

É comum velejadores estrangeiros ancorarem ao largo da fonte por vários dias, no completo silêncio e em mar sereno. A canoa que compete na regata chama-se Marechal Bonfim e pertence a um famoso líder de banda axé da Bahia, cuja identidade ele preferiu não ver divulgada. “Mas, escreva aí que ela precisa de um pano novo”. Luciano põe a bordo até sete colegas para correr na regata e, nos passeios, usa o filho como ajudante, já que não é possível tocar sozinho a embarcação.

Músico - Ele não é um rico líder de banda axé, mas ama igualmente o Carnaval, com predileção pelos ritmos tradicionais: é Davidson Fernandes, o popular Davizinho de Mutá, da banda Barlavento. A expressão maior do grupo é o samba-de-roda, que já levou Davidson a cidades da Europa. Morador adotivo de Mutá, reclama mais assistência dos governantes ao vilarejo com cerca de 600 pessoas. Disse que um pedaço do cais caiu há mais de um ano e pede maior presença da Polícia Militar. Saudoso, lembra do tempo anterior à expansão das estradas, em que “de dez a 15 saveiros sustentavam as famílias de Mutá”.

Mais adiante (no sentido Salinas), está de Pirajuía, onde a catadora de mariscos Isabel Silva, 58, mostra descontentamento com o fato de o distrito pertencer à jurisdição da distante Jaguaripe “em vez de pertencer a Salinas”. E apostou: “Tenho certeza de que o tratamento ia ser melhor”.

Dicas sobre ferryboat e de hospedagem

Travessia - As viagens do sistema ferry-boat ocorrem de hora em hora nos terminais de São Joaquim e Bom Despacho, respectivamente. Começam às 5 h e terminam às 23 h. Aos domingos e feriados não é realizada travessia às 5h e 6h nos dois terminais
Preços - O pedestre paga R$ 3,95 de segunda a sexta-feira e R$ 5,20 aos sábados, domingos e feriados. Para automóvel pequeno, os preços são R$ 33,30 e R$ 46,70, respectivamente
contatoTWB Bahia S.A. tel. 71 2105 9700 e www.twb.com.br
Hospedagem - No Salinas Praia Hotel, diária a R$ 200 em apartamento para casal e R$ 170 em apartamento single. Em triplo, o valor é de R$ 300. Tel. 75 3659 1077 e site www.salinaspraiahotel.spaces.live.com

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