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1º Encontro Nacional de Estudantes Negros movimenta SSA

Por Nelson Barros Neto

13/04/2007 - 21:26 h

Universitários de sete Estados brasileiros marcaram presença, nesta sexta-feira à tarde (13), na abertura do 1º Encontro Nacional de Estudantes Negros e Cotistas promovido pela União Nacional de Estudantes (UNE). O evento acontece na Faculdade de Arquitetura da Ufba e reuniu em seu debate inicial desde membros do Movimento Negro de Salvador e o presidente da entidade, Gustavo Petta, a políticos historicamente ligados à causa racial.

Do lado de fora do auditório, balcões não só de credenciamento, como de trancinhas para os cabelos e de venda das já tradicionais camisas de Che Guevara, Trótski, Marx, Gandhy, Rosa de Luxemburgo e "Por uma Palestina livre". O comerciante Joaquim dos Santos veio do Rio de Janeiro e garante a promoção: "Lá cobro R$ 15, mas aqui elas estão saindo por R$ 10".



Os amigos Amanda Souza, que é negra, e João Paulo Freire, que é branco, decidiram comparecer pelo mesmo motivo: buscar maiores informações sobre o assunto. "Vim acompanhar este que é um debate dos mais importantes", disse João, 28 anos, que apesar de sergipano estuda teologia na faculdade baiana São Bento. "Queremos saber se existem programas para os alunos permenecerem na suas respectivas instituições", acrescentou Amanda, 18, caloura do curso de belas artes, na Ufba.



A mesa, que teve nada menos que 13 participantes, começou com uma hora e 20 minutos de atraso. Depois de saudar a presença de estudantes de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Bahia, a diretoria de combate ao racismo da UNE, Maiara Oliveira, apresentou todos os "palestrantes":



- Luiz Alberto (secretário estadual de igualdade racial), Gilmar Santiago (secretário municipal da reparação), Denise Pacheco (representando a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial), Yulo Oiticica (deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa da Bahia), Rafael Oliveira (assessor de juventude do Ministério da Educação), Danilo Moreira (membro do Conselho Nacional de Juventude), Gustavo Petta (presidente da UNE), Juremar de Oliveira (presidente da União dos Estudantes da Bahia), Marcos Rezende (coordenador do Coletivo de Entidades Negras), Alexandre Reis (Unegro) e Aurelielza Nascimento (programa Brasil Afro Atitude). Ainda houve uma fala de Bira Coroa, presidente da Comissão Especial para Assuntos da Comunidade na Assembléia baiana.



Entre as principais declarações da tarde, Gustavo Petta destacou que a UNE defende as cotas e lembrou o recente atentado contra estudantes africanos na Univesidade de Brasília (UnB), quando criticou a cobertura de setores da imprensa na ocasião. Em seguida, Juremar de Oliveira frisou: "Claro que houve avanços na questão do negro, mas não é uma batalha vencida. Não vamos nos esquecer que quando a reserva de vagas foi aprovada aqui na Ufba, a Faculdade de Medicina não queria aceitar para lá".



Gilmar Santiago, por sua vez, exaltou "o pioneirismo da UNE" na organização do evento e disse que é a favor de cotas também para o mercado de trabalho. Porém o ponto mais "polêmico" ficou a cargo de Marcos Rezende que, com discurso forte, mas se afirmando "realista", praticamente alfinetou a todos os presentes, inclusive o presidente da UNE. Sua despedida prematura do encontro, alegando outros afazeres profissionais, não foi perdoada pelo historiador.



Após uma espécie de resposta de Yulo Oiticica, para quem "ninguém é dono da verdade", Luiz Alberto disse que "o acesso à universidade é importante, mas não pode ser salvação de todos os problemas". Segundo ele, "toda a Ufba foi feita para o branco, tanto do ponto de vista espacial quanto do conteúdo". Reclamou também do fato de o auditório não estar "repleto de gente" e que e "o Brasil é o País do racismo mais sofistificado do planeta". Por fim, comemorou que "o evento tardou, mas não faltou".



O 1º Encontro Nacional de Estudantes Negros e Cotistas da UNE continua neste sábado (14). Confira a programação:

9h - Mesa: Por uma Universidade democrática e popular

14h - Mesa : O desafio da Permanência

16h - Plenária Final - Construindo uma plataforma de ação para a luta anti-racistas nas universidades brasileiras



A Faculdade de Arquitetura da Ufba fica na Rua Caetano Moura, 121, Federação.

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