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Araruama (RJ) faz revolução na educação

Por Agência O Globo

10/02/2007 - 12:53 h

Um dos municípios mais pobres do Rio de Janeiro, Araruama está promovendo uma revolução baseada na educação. Com investimentos no setor que alcançam cerca de 40% do orçamento, a prefeitura aumentou, em seis anos, o número de alunos matriculados na rede municipal de oito mil para 21 mil, construindo e reformando 59 escolas.



Para criar o hábito de leitura na população, a administração também investiu na criação de bibliotecas virtuais, que funcionam 24 horas por dia, e na realização de concursos. Os incentivos são obra do prefeito Francisco Carlos Ribeiro — ex-Chiquinho do Atacadão que mudou o nome político para Chiquinho da Educação — que tem apenas a terceira série do ensino fundamental e enfrenta resistência à sua política na própria cidade.



Segundo a atual administração, em 2001, quando Chiquinho assumiu o mandato, os investimentos da prefeitura em educação somavam R$ 8,3 milhões, o equivalente a menos de 10% do orçamento municipal. O percentual de investimento foi ampliado para 42%. A decisão gerou comentários na cidade de que ele havia enlouquecido.



Em 2003 a cidade foi apontada pelo Ministério da Educação como referência nacional. Para este ano, a previsão é de que sejam gastos R$ 39 milhões no setor, ou 38% do orçamento. A estrutura educacional do município inclui hoje 53 escolas de ensino básico e fundamental, entre elas a maior do país, a Escola Darcy Ribeiro, que tem 1.050 alunos e possui pista de atletismo, piscina semi-olímpica e quadras.



Todas as escolas têm estrutura semelhante, evidenciada pelos telhados em estilo colonial. Os espaços são amplos, contam com playground, laboratórios de informática e ciências e salas de vídeo. O contraste com as antigas unidades, construídas com telhas de amianto e tijolos vazados, é grande.



A atual menina dos olhos do prefeito é a Escola Mário Revelles Castanho, na qual pretende implantar o que chama de primeiro MBA infantil do país. Com 20 salas com computador, televisão, DVD, aparelho de som e banheiros, a proposta é utilizar a unidade, para crianças de 3 a 6 anos, para a formação de talentos para o mundo dos negócios. Os professores estão sendo qualificados pela Fundação Getúlio Vargas.



Comum a todas as unidades é a obrigatoriedade da leitura de livros e jornais diariamente e o tempo para jogar xadrez. O estímulo à leitura é uma das exigências de Chiquinho, que costuma traçar a diferença entre escolaridade e educação: — Se você chegar num grupo de mil pessoas e perguntar o que é educação, todas vão dizer que é escola e professor. Isso é escolaridade. Educação é mais, é formação de cidadania e qualificação profissional. Aqui, nosso objetivo é promover a educação, sendo a leitura um dos principais meios para tal.



Com tantos investimentos na educação, acabam faltando recursos para outros setores, principalmente infra-estrutura. Essa é uma das principais queixas dos moradores. — As idéias do prefeito são muito boas, mas na prática deixam a desejar. A cidade, no geral, está malcuidada. O hospital, por exemplo, é um horror. E nem todos concordam com o estilo que está sendo empregado nas escolas. Eu, por exemplo, estou passando meu filho de 4 anos para uma escola particular — discorda Carlos Augusto dos Santos, gerente de um estabelecimento comercial.



Uma outra dificuldade é que o número de matrículas no fundamental triplicou, mas não foi acompanhado pelo aumento do número de vagas no ensino médio que tem menos de mil vagas.

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