Continuaremos a desejar o mesmíssimo Feliz Ano Novo? | A TARDE
Atarde > Colunistas > ACB em Foco

Continuaremos a desejar o mesmíssimo Feliz Ano Novo?

Confira a coluna ACB em Foco desta quarta-feira, 3

Publicado quarta-feira, 03 de janeiro de 2024 às 05:40 h | Autor: Paulo Cavalcanti
O presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB), Paulo Cavalcanti
O presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB), Paulo Cavalcanti -

Quantas vezes cada um de nós já ouviu ou falou a expressão “feliz ano novo” nestes três primeiros dias de 2024?

Mas, já se perguntou como ela é recebida por todos aqueles que apenas continuarão sendo impactados, direta ou indiretamente, com as injustiças, desigualdades e ineficácia do nosso Estado, que se ampliam ano após ano? Já refletiu sobre tudo que precisa ser transformado, principalmente em um país como o nosso, com altíssimo índice de analfabetismo da inteligência cidadã?

Para que o ano novo seja verdadeiramente novo, ele precisa da atitude transformadora que começa em cada um de nós. O eu responsável, o eu atitude, o eu transformador.

Diante destas reflexões, seria um exagero admitirmos que, para uma parcela da nossa sociedade, desejar feliz ano novo e, cruzando nossos braços, deixar que tudo continue do jeito que está pode até mesmo significar uma grande falta de respeito humano consigo mesmo e com o próximo? Já pensou sobre tudo que precisa e pode ser feito, inclusive por você, para que o ano possa realmente ser chamado de “novo” e “feliz”?

Como venho repetindo insistentemente, sem as mudanças culturais que a nossa sociedade tanto precisa, sem ampliação de uma consciência cidadã participativa transformadora, sem criar os caminhos para que o nosso povo desenvolva sentimentos de unidade e pertencimento, a tendência natural é que o cenário atual seja mantido e que, ao contrário de um ano novo e feliz, seguiremos vivendo apenas mais do mesmo.

Para que o nosso país saia desta mesmice, dependemos de inovação nas nossas ideias, renovação nas nossas estruturas e, principalmente, inclusão social e econômica com um amplo movimento de acolhimento. Do contrário, teremos apenas mais um ano.

E para que tudo isso possa acontecer, é preciso que a mobilização comece de novo por uma minoria formada por aqueles que menos precisam dos serviços públicos como educação, saúde, saneamento, segurança e moradia, como ocorreu na construção do nosso pacto social de 1988. E as lideranças empresariais têm a missão de participar ativamente deste processo.

Em 2024, a Associação Comercial da Bahia seguirá comprometida e trabalhando neste sentido. Sempre buscando a convergência de ideias entre líderes empresariais, sociedade civil organizada e órgãos do Estado, construindo caminhos propositivos e harmônicos para que todos tenham novos anos realmente felizes.

Publicações relacionadas