Lenda do cinema francês, ator Jean-Louis Trintignant morre aos 91 anos

Lenda do cinema e do teatro francês, o ator Jean-Louis Trintignant morreu nesta sexta-feira, 17, aos 91 anos, anunciou sua esposa, Mariane Hoepfner Trintignant, à AFP em um comunicado transmitido por seu agente. Ele sofria de câncer há vários anos.

A carreira do artista foi lançada junto com a de Brigitte Bardot no filme de 1956 “E Deus Criou a Mulher”. Junto com Jean-Pierre Léaud e Jean-Paul Belmond, que também já faleceu, Trintignant foi um dos principais atores do movimento francês Nouvelle Vague, estética de cinema criada na França como reação contrária às superproduções hollywoodianas.

Tímido e discreto, forjou uma longa carreira com mais de 160 papéis, entre cinema e teatro. O artista também esteve em "Um homem e uma mulher" de Claude Lelouch, Palma de Ouro em Cannes em 1966. Apenas três anos depois, ganhou o prêmio de melhor atuação masculina com "Z" de Costa Gavras, uma denúncia contra a ditadura dos coronéis gregos que rapidamente repercutiria na América Latina.

Em 2013, venceu um Cesar de Melhor Ator pelo filme “Amor” de Michael Haneke.

Trintignant perdeu duas filhas, uma, Pauline, ainda bebê e a outra, Marie, em 2003. A jovem, com quem dividiu os palcos, foi espancada até a morte por seu companheiro, o cantor de rock francês Bertrand Cantat. Uma tragédia que o acompanhou em sua velhice.

Segundo sua esposa, ele faleceu "serenamente, de velhice, esta manhã em casa, cercado por seus entes queridos".