Benedict Cumberbatch pode ter que indenizar famílias de escravizados
Família do ator foi dona de mais de 250 escravizados, comprados para plantação de algodão e açúcar
O ator Benedict Cumberbatch, 46, conhecido pelos papéis do detetive Sherlock Holmes, na série ‘Sherlock’ (2010-2017), e Doutor Estranho, nas produções da Marvel, pode ser condenado pelo passado escravagista de sua família nos Barbados, ilha e país independente da região do Caribe, localizado na América Central.
O britânico pode ter que pagar uma indenização aos descendentes de escravizados comprados para plantações de algodão e açúcar dos séculos 18 e 19. Entre os donos destas plantações estão os familiares de Benedict.
De acordo com o jornal The Telegraph, o sétimo bisavô do ator, Abraham Cumberbatch, comprou a plantação Cleland em St Andrew, Barbados, em 1728, e a plantação tornou-se o lar de 250 escravizados até que a escravidão foi abolida em 1834.
“Todos os descendentes de proprietários de plantações brancos que se beneficiaram do tráfico de escravos devem pagar indenizações, incluindo a família Cumberbatch”, afirmou o secretário-geral do Movimento das Caraíbas pela Paz e Integração, David Denny, ao The Telegraph.
A decisão foi tomada pelo governo dos Barbados que, nos últimos meses, criou uma comissão para que os danos causados pelas famílias proprietárias das plantações e de escravizados sejam reparados.
O governo britânico ofereceu uma compensação aos proprietários que perderam as suas terras. A família Cumberbatch recebeu 6 mil libras (6.780 euros), um valor que atualmente, segundo cálculos feitos pelo The Telegraph, chegaria a 1.129.813 euros.
Em 2009, o ator falou publicamente sobre a história escravagista de sua família, após atuar em Jornada pela Liberdade (2006), que retrata a batalha para abolir a escravidão na Grã-Bretanha.
Na época em que promovia o filme, o ator disse ao jornal The Daily Mail que viu o papel de William Pitt como uma “espécie de pedido de desculpas” pelo papel de sua família no tráfico de escravos.
O ator também revelou que sua mãe uma vez o sugeriu a não usar o sobrenome da família profissionalmente, caso isso o tornasse alvo de uma campanha de relacionamento.