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Benedict Cumberbatch pode ter que indenizar famílias de escravizados

Família do ator foi dona de mais de 250 escravizados, comprados para plantação de algodão e açúcar

Publicado terça-feira, 03 de janeiro de 2023 às 17:10 h | Atualizado em 03/01/2023, 17:10 | Autor: Da Redação
Governo dos Barbados criou comissão para reparar danos causados pelas famílias proprietárias de escravizados
Governo dos Barbados criou comissão para reparar danos causados pelas famílias proprietárias de escravizados -

O ator Benedict Cumberbatch, 46, conhecido pelos papéis do detetive Sherlock Holmes, na série ‘Sherlock’ (2010-2017), e Doutor Estranho, nas produções da Marvel, pode ser condenado pelo passado escravagista de sua família nos Barbados, ilha e país independente da região do Caribe, localizado na América Central.

O britânico pode ter que pagar uma indenização aos descendentes de escravizados comprados para plantações de algodão e açúcar dos séculos 18 e 19. Entre os donos destas plantações estão os familiares de Benedict.

De acordo com o jornal The Telegraph, o sétimo bisavô do ator, Abraham Cumberbatch, comprou a plantação Cleland em St Andrew, Barbados, em 1728, e a plantação tornou-se o lar de 250 escravizados até que a escravidão foi abolida em 1834.

“Todos os descendentes de proprietários de plantações brancos que se beneficiaram do tráfico de escravos devem pagar indenizações, incluindo a família Cumberbatch”, afirmou o secretário-geral do Movimento das Caraíbas pela Paz e Integração, David Denny, ao The Telegraph.

A decisão foi tomada pelo governo dos Barbados que, nos últimos meses, criou uma comissão para que os danos causados pelas famílias proprietárias das plantações e de escravizados sejam reparados.

O governo britânico ofereceu uma compensação aos proprietários que perderam as suas terras. A família Cumberbatch recebeu 6 mil libras (6.780 euros), um valor que atualmente, segundo cálculos feitos pelo The Telegraph, chegaria a 1.129.813 euros.

Em 2009, o ator falou publicamente sobre a história escravagista de sua família, após atuar em Jornada pela Liberdade (2006), que retrata a batalha para abolir a escravidão na Grã-Bretanha. 

Na época em que promovia o filme, o ator disse ao jornal The Daily Mail que viu o papel de William Pitt como uma “espécie de pedido de desculpas” pelo papel de sua família no tráfico de escravos. 

 O ator também revelou que sua mãe uma vez o sugeriu a não usar o sobrenome da família profissionalmente, caso isso o tornasse alvo de uma campanha de relacionamento.

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