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Bolshoi aposta em sátira para o cinema

Por Juliana Lisboa

Com uma produção original, irreverente e bem-humorada, o balé Bolshoi, um dos mais tradicionais do mundo, estreia neste fim de semana uma das principais apostas para a temporada 2016/2017. Nos palcos e cinemas, vale lembrar.
A Era de Ouro, do coreógrafo Yuri Grigorovitch, tem exibição sábado às 13h30 e domingo às 13h, no UCI Barra e Paralela. Os ingressos custam R$ 25 (meia) e R$ 50. É uma obra exclusiva do repertório do Bolshoi. Trata-se de uma sátira à Europa dos anos 1920, que combina máfia, crime e paixões num cabaré. A trama é previsível, mas abusa da teatralidade e sensualidade.
A obra foi composta por Dmitri Shostakovich em 1930, mas só ganhou o público em 1982, quando Grigorovitch fez a montagem especialmente para o Bolshoi. Foi aí que a produção fez sucesso, e, desde então, integra o repertório da companhia russa.
A exclusividade já serve como atrativo para assistir A Era de Ouro nos cinemas, mas existem outros motivos para conferir o balé. O primeiro é que, diferentemente dos repertórios mais clássicos, como O Lago dos Cisnes e Romeu e Julieta, por exemplo, essa montagem é mais alegre e dinâmica, e dificilmente vai deixar alguém dormir na cadeira. Outro ponto positivo é que a sátira, recurso raramente usado em danças clássicas, dá um tom quase malicioso à obra.
A roupagem faz todo sentido, já que, na época em que foi criada A Era de Ouro, a Rússia vivia seus primeiros anos como União Soviética, repudiando a cultura ocidental - em especial a europeia.
Experiência de bastidores
A transmissão nos cinemas não se atém apenas ao palco. Antes do balé começar, a tela mostra o interior do teatro Bolshoi, a chegada do público e, também, o que acontece no lado de dentro da cortina.
Com uma exclusividade que não acontece numa visita ao vivo, o espectador pode ver os bailarinos se maquiando, se aquecendo e terminando os últimos ensaios. Os cenários e figurinos também recebem tratamento especial, com atenção para detalhes que somente quem senta na primeira fileira do teatro poderia ver.
Além disso, o Bolshoi conta com a apresentadora Katerina Novikova para trazer informações da apresentação para quem está assistindo do cinema - como um programa falado. Ela explica em russo e repete em inglês e francês.
Talvez aí esteja uma das partes mais pitorescas da transmissão - ou em qualquer ação do Bolshoi, já que a apresentadora é marca registrada da companhia. Mesmo fluente nas três línguas, Novikova inevitavelmente se confunde nas traduções ou fala na mesma língua mais de uma vez. Nada que prejudique a qualidade da informação: apenas traz um pouco de informalidade a uma instituição que às vezes peca pelo tradicionalismo.
Os próximos balés são O Quebra Nozes, O Lago dos Cisnes, A Bela Adormecida, Uma Noite Contemporânea e Um Herói de Nosso Povo.
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