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FIM DE TRILOGIA

Com Mia Goth, "MaXXXine" tem enredo impecável e eleva saga de terror

Conclusão da história iniciada em ‘X: A Marca da Morte’ e ‘Pearl’ estreia hoje, para delírio dos fãs da atriz Mia Goth

Por Tiago Freire*

11/07/2024 - 10:39 h
Neta de brasileira, Mia Goth despontou para a fama com ‘X: A Marca da Morte’, no qual fez dois papéis
Neta de brasileira, Mia Goth despontou para a fama com ‘X: A Marca da Morte’, no qual fez dois papéis -

O que Ti West criou com X - A Marca da Morte e Pearl (ambos de 2022) foi uma jogada ousada. O primeiro é um slasher em que os vilões são dois idosos (um deles é interpretado pela mesma atriz que a protagonista). O segundo, uma prequel contando a história de origem dessa vilã e gravada totalmente em segredo, sendo anunciada logo após o lançamento de X. MaXXXine vem concluir essa história e colocar a personagem no hall de honra das final girls.

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Nesta aguardada sequência, Mia Goth reprisa seu papel como a determinada aspirante a atriz Maxine Minx. Como única sobrevivente de uma filmagem pornô que deu errado há alguns anos, ela decide seguir sua jornada rumo à fama. mesmo depois do acontecido.

Agora, na década de 1980, em Hollywood, a estrela de filmes adultos começa a fazer testes para papéis no cinema e descola um emprego em uma sequência de terror de baixo orçamento, agarrando a oportunidade com todas as suas forças. Enquanto isso, Maxine se torna alvo da investigação de um detetive particular e um misterioso assassino, conhecido como Night Stalker, que persegue as estrelas de Hollywood e deixa um rastro de sangue que ameaça revelar o passado sinistro de Maxine. Porém, ela não pretende deixar que esses problemas impactem sua carreira em ascensão.

Junto com a direção de West, quem fez essa jogada arriscada funcionar é a irreverente Mia Goth. Ver sua interpretação nos filmes anteriores, indo da mais pura psicose para a melancolia em tão poucos segundos torna ela um verdadeiro diferencial nos dois filmes, em especial em Pearl.

Em MaXXXine não é diferente: Goth traz a personagem em seu estado mais vulnerável e ao mesmo tempo mais agressivo possível.

Seu amadurecimento e desilusão com o mundo é sentida em sua atuação, que mostra como Maxine Minx veio para ficar no hall da fama.

Desde o seu anúncio, MaXXXine carrega um desafio: “como replicar o sucesso que X e Pearl tiveram?”, e a resposta de West foi justamente entender que repetir o que X e Pearl trouxeram não seria possível, e este foi seu maior acerto.

O filme não busca superar seus anteriores, mas sim ser um escalonamento de uma história maior que estamos acompanhando. O escopo da história, o ritmo, tom, personagens, todos foram levados para outro nível.

Não vemos mais aquela fazenda do Texas do massacre dos filmes anteriores. Temos a Los Angeles dos anos 80, na sua decadência extrema, violenta como nunca e com fanáticos religiosos para todos os lados. A escolha de local é um golaço do filme, com uma ambientação que consegue refletir precisamente o que é o território que MaXXXine nos coloca e promete para próximos filmes, o mundo da fama de Hollywood do cinema B.

Essa versão surreal do lado B dos anos 1980 transborda o filme todo. Assim como Pearl usou muito das cores para emular o cinema tecnicolor dos anos 1950, MaXXXine emula a estética de VHS, as cores saturadas vibrantes, o ruído da tela, a música de sintetizadores. Talvez não seja o retrato mais fiel da época, mas ele não precisa ser. Afinal, não é um filme histórico, é a origem de Maxine Minx.

Ainda no tópico de próximos filmes, normalmente no horror as histórias mais contidas tendem ser as que melhor apreciamos. O primeiro Jogos Mortais, com sua história ambientada em apenas um quarto, O Massacre da Serra Elétrica, se concentrando na fazenda Sawyer, são apenas alguns possíveis exemplos.

Aqui temos essa fuga da “contenção”: a história, assim como sua protagonista, quer ser grandiosa e consegue ser, muito merecidamente. Assim como Maxine diz no filme que o mundo conhecerá dela, nós com certeza vamos conhecer melhor ela em suas possíveis sequências.

Além de Mia Goth, é necessário falar sobre como o elenco do filme está um acerto. Uma menção extra especial para Giancarlo Esposito, que interpreta o agente de Maxine, e que promete ser uma figura central nas futuras histórias da personagem. Esposito, que desde seu sucesso como o intimidador Gus Fring em Breaking Bad vem interpretando homens poderosos e calculistas, consegue valorizar seu lado humorístico, mas ainda com pitadas sérias.

Uma intervenção divina

Toda a construção de enredo de MaXXXine é impecável, se baseando em um caso real, do serial killer Night Stalker, mas numa abordagem completamente fictícia.

Mesmo trazendo referências de Sexta-Feira 13 e Halloween, o filme segue uma linha mais próxima de um whodunnit (drama de investigação, geralmente envolvendo um assassinato), um estilo mais próximo da franquia Pânico. E apesar da construção incrível, o resultado é um pouco misto.

Visto isoladamente, a revelação de quem é o Night Stalker pode soar covarde ou até mesmo estranha, e com certeza é uma forte primeira impressão. Porém, visualizando a jornada do filme como um encerramento de uma trilogia e um possível começo para uma nova linha de filmes, é uma revelação condizente com o que a trilogia de Ti West sempre tratou.

Desde a primeira cena de X até a última de MaXXXine, dois temas rodeiam a trama: os desejos por fama e liberdade. Seja a Maxine querendo ser famosa pelos filmes adultos, ou a Pearl querendo viver sua vida do Mágico de Oz longe daquela fazenda, acompanhamos mulheres que querem se libertar de uma vida que as limita, e elas estão dispostas a até matar por isso.

O Night Stalker em si representa na trama uma antítese a esse desejo, ou melhor, a infâmia, a contenção desses desejos. Enxergando o filme como uma história de libertação, seja sexual, ou de trauma, a identidade e o desejo do antagonista dialogam com o que essa trilogia sempre abordou. Sua chegada – e eventual saída – na história estão ali para que Maxine pudesse transicionar dessa protagonista de slasher que ela é para algo mais, uma verdadeira estrela. E no fim, ela teve o que precisava para poder chegar lá, através de uma intervenção divina.

Leia mais:

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MaXXXine / Diretor: Ti West / Com Mia Goth, Halsey, Elizabeth Debicki, Lily Collins, Sophie Thatcher, Moses Sumney, Kevin Bacon, Charley Rowan McCain, Michelle Monaghan, Chloe Farnworth, Giancarlo Esposito/ Salas e horários: cinema.atarde.com.br

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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Tags:

MaXXXine Mia Goth Pearl X - A Marca da Morte

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