Curta sobre Glauber Rocha disputa prêmio da Academia de Cinema

Um dos maiores prêmios da indústria audiovisual brasileira, a disputa de melhor curta-metragem documental, pela Academia Brasileira de Cinema, tem entre os concorrentes uma produção sobre o gênio do cinema, o baiano Glauber Rocha. Intitulado “Carta para Glauber”, o curta é assinado pelo diretor Gregory Baltz.

Com 12 minutos, o curta foi produzido durante uma aula na faculdade. “O curta-metragem traz o foco em 1964, dias após o golpe militar que instaurou a ditadura no Brasil, Gustavo Dahl, cineasta e pensador do cinema brasileiro, escreve uma carta para o amigo Glauber Rocha, que estava em Cannes apresentando seu filme Deus e o Diabo na Terra do Sol”, diz Gregory.

O prêmio vai ocorrer dia 23 de agosto na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. No entanto, o curta sobre Glauber também foi selecionado em nove festivais até agora, incluindo o ‘É Tudo Verdade’ e o Festival de Tiradentes. A produção foi premiada nos festivais ‘Fest Aruanda’ (Prêmio Abraccine), ‘Arquivo em Cartaz’ (Prêmio Melhor Curta Metragem) e ‘Festival Internacional de Cine de La UBA - Universidade de Buenos Aires" (Menção Honrosa no Festival).

Dia do Documentário Brasileiro

O “Dia do Documentário Brasileiro” é celebrado nesta segunda-feira, 7 de agosto. A data foi instituída pela Associação Brasileira de Documentaristas (ABD), com objetivo de dar visibilidade ao documentário e homenagear o aniversário de Olney São Paulo, grande cineasta e documentarista baiano. Devido ao seu filme “Manhã Cinzenta”, que relata o sequestro de um avião brasileiro por membros da MR-8, Olney foi perseguido e torturado no período da ditadura militar.

Para Guto Neto, cineasta e coordenador do curso de Cinema e Audiovisual das Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), onde Gregory Baltz se formou e produziu o curta sobre Glauber, o cinema documental brasileiro é rico em produções de qualidade.

“O documentário brasileiro se insere no melhor da história do cinema brasileiro. Estando entre as grandes produções no campo do registro da realidade. Temos nomes de peso de realizadores de documentários, muitos deles cineastas que também escrevem ficção, transitando nos dois gêneros com muita qualidade”, afirma.