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Eddie Murphy está de volta às telas como rei de Zamunda
Por João Lucas Dantas*
O majestoso e fictício reino africano de Wakanda (do Universo Cinematográfico da Marvel) pode ser popular hoje em dia, mas há 33 anos Eddie Murphy já apresentava ao mundo seu precursor: o reino de Zamunda, em Um Príncipe em Nova York (1988).
Em 2021, Eddie Murphy volta ao papel de realeza, ressuscitando seu clássico personagem dos anos 80: o príncipe (agora rei) de Zamunda, Akeem Joffer. Um Príncipe em Nova York 2 fez sua tão aguardada estreia na última sexta-feira, no serviço de streaming Amazon Prime Vídeo.
O filme foi dirigido por Craig Brewer (do ótimo Meu Nome É Dolemite) e o astro está novamente bem acompanhado por todo o elenco principal do primeiro filme, com a volta de seu parceiro Arsenio Hall (Semmi), Shari Headley (Lisa McDowell), James Earl Jones (Jaffe Joffer) e John Amos (Cleo McDowell).
Além dos múltiplos personagens interpretados pela dupla Eddie e Arsenio.
O novo longa aposta muito na nostalgia e na memória afetiva do público do primeiro filme, chegando a depender demais disso para fazer a história funcionar. As novidades desta sequência são o ótimo personagem do Wesley Snipes (General Izzi), que se mostrou excelente para a comédia, e do não tão interessante Jermaine Fowler (Lavelle Joffer).
Pequeno fio de história
A trama consiste em Akeem ter que voltar para os Estados Unidos após descobrir a existência de um filho bastardo que mora lá (Lavelle), e que poderá ser a salvação contra a vilania do General Izzi, que ameaça Zamunda.
A dinâmica do primeiro filme, seu principal mote para as piadas e situações, consistia na graça de observar o choque cultural de um príncipe africano tentando se adaptar à vida de pobre na Nova York dos anos 80 – essência que se perde neste segundo filme.
O tempo gasto nos EUA é extremamente reduzido nesse novo filme, que dá lugar para a ambientação no reino de Zamunda. No papel, a ideia funciona muito bem, mas foi executada tentando tapar buracos inexistentes no primeiro longa para justificar os acontecimentos e os motivos para fazer uma sequência de um filme que por muitos anos permaneceu intocável.
Carisma de sobra
Mas deixando de lado incoerências do novo roteiro, é extremamente divertido estar de volta nesse universo e assistir mais uma aventura de Akeem. Eddie Murphy não parece estar muito inspirado enquanto interpreta seu personagem principal, mas ainda assim exala carisma e é impossível não dar algumas risadas com ele.
Apesar de não ser um Akeem muito inspirado, todos os seus outros personagens no filme (como os da barbearia) compensam muito e acabam sendo as melhores coisas do filme ao lado de um Arsenio Hall transbordando ânimo em estar de volta nos seus personagens.
Infelizmente, a dupla não é mais a protagonista do filme, que dá muito mais espaço para o filho de Akeem (Lavelle), que não consegue não chega aos pés da dupla anterior. Lavelle traz consigo os personagens de Tracy Morgan (30 Rock) e Leslie Jones (Saturday Night Live), que também não vão ser os motivos de te fazer chegar até o final. Tracy parece interpretar ele mesmo, enquanto a Leslie passa do ponto.
Diversas participações especiais estão presentes no novo longa, de personagens secundários do primeiro filme com pontas especialíssimas à grupos musicais fazendo números ao longo do filme.
Mesmo com problemas de roteiro e forçando um pouco a barra em alguns momentos, Um Príncipe em Nova York 2 é uma boa opção pra relaxar no fim de semana – especialmente se você já gosta do primeiro filme.
*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.
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