CINEINSITE
Em Série: Se ficar, o bicho come
![Drew Barrymore](https://cdn.atarde.com.br/img/2017/02/1200x720/drew-barrymore_1682348-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2F2017%2F02%2Fdrew-barrymore_1682348.jpg%3Fxid%3D4110155%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1721077884&xid=4110155)
A internet passou por um daqueles leves frissons quando a Netflix anunciou, no final do ano passado, que Drew Barrymore estava chegando para comandar uma série original. Santa Clarita Diet prometia a história de uma família do subúrbio que passa por adaptações graças à nova dieta da mãe.
A gente começa a temporada já meio desconfiado. São dez episódios, mais ou menos meia hora em cada, e a proposta é de fazer graça com a vida familiar: Drew vive Sheila, casada com Joel (Timothy Olyphant) e mãe de Abby (Liv Hewson). Até aí, tudo bem.
Só que essa é uma sitcom sobre zumbis. Não, você não leu errado: a nova produção original da Netflix te leva para um cruzamento entre Modern Family e The Walking Dead.
A trama começa com a personagem de Drew sendo apresentada como rígida e controladora. Logo em seguida, enquanto o casal de corretores mostrava um imóvel para dois clientes, a protagonista passa mal. Muito mal.
Depois de uma sequência meio nojenta (não assista durante o jantar), Sheila percebe algumas mudanças no seu comportamento. Como, por exemplo, o fato de que agora prefere comer carne crua. Melhor ainda: carne humana crua.
Santa Clarita Diet escolheu um tema controverso para fazer humor. Perceber que prefere comer pessoas é um acidente na narrativa. Sheila, agora morta-viva, se torna mais impulsiva - como consequência, por exemplo, quase trai o marido.
Mas Joel não precisou nem se preocupar: ela preferiu devorar o ex-colega de trabalho no jardim a ter um caso com ele.
Assim, a perspectiva da morte é inserida e passa o tempo todo presente na comédia. O que, por si só, já é um tema diferente para fazer graça (em Friends, por exemplo, ninguém nunca morria). Vemos, então, Sheila pulando em pescoços alheios enquanto Joel vive em um estado tragicômico à procura de uma cura.
Gostar ou não da série é uma questão de perspectiva e momento. Ela é bizarra? É e muito. É chata? Não. A proposta é tão absurda que acaba prendendo a atenção. Na maior parte do tempo, há uma dúvida latente: mas é isso mesmo que está acontecendo?
Conforme a série avança para o fim da temporada, Sheila continua matando pessoas e colocando partes em um freezer (sem brincadeira: isso acontece). O que reflete, claro, no comportamento da filha. Depois de ver os pais envolvidos em assassinatos e mentiras, ela começa a questionar a importância da escola.
Vale ressaltar que Timothy Olyphant entrega um Joel muito bom em suas reações para tentar ajudar a esposa e encontrar uma certa normalidade na nova rotina da família. Também merece destaque Skyler Gisondo, que vive Eric, o vizinho nerd (claro, né) que ajuda a família na história de "minha mãe é um zumbi".
No fim das contas, Santa Clarita Diet faz graça pelo absurdo que propõe. Um vírus zumbi é um tema no mínimo ousado e diferente para comédias. A primeira temporada transita entre o nojento, o estranho e o escrachado. Pelo menos não tem como dizer que não é original.
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