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Filmes baianos no Panorama Internacional Coisa de Cinema

Por João Paulo Barreto l Especial para A TARDE

06/10/2019 - 13:26 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
Rodado entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), Necrópolis, de Ítalo Oliveira, traz Ruthe Maciel como sobrevivente de apocalipse zumbi
Rodado entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), Necrópolis, de Ítalo Oliveira, traz Ruthe Maciel como sobrevivente de apocalipse zumbi -

Obras que flertam com a ficção científica e que anunciam o futuro apocalíptico a se desenhar no atual e triste Brasil. Em forma de musical, a solidão da vida plástica da internet. Animações e cinema de gênero de horror. A esperança residente no ato de amor atrelado à labuta do fazer cinema mesmo em tempos sombrios. Documentários a relembrar a nostálgica locomoção na linha férrea de Salvador ou a denunciar o descaso com a educação pública perante a especulação imobiliária no Corredor da Vitória, local onde fica o histórico Colégio Estadual Odorico Tavares.

Estes são apenas alguns dos diversos temas presentes dentre os 25 filmes que a 15ª edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema levará às telas na Competitiva Baiana do festival que começa no dia 30 de outubro.

Acontecendo simultaneamente em Salvador, no Espaço Itaú de Cinema - Glauber Rocha, e no Cine Theatro Cachoeirano, na cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, o Panorama completa em 2019 quinze edições dando visibilidade às produções de realizadores e realizadoras daqui.

Assim, busca gerar um diálogo constante com as diversas vertentes do cinema feito em um estado como a nossa Bahia, notória por gerar obras pilares da filmografia brasileira.

Imagem ilustrativa da imagem Filmes baianos no Panorama Internacional Coisa de Cinema
Cena do longa-metragem Uma Mulher, Uma Aldeia, de Daniel Dourado e Marcelo Abreu Góis

Variedade temática

Na categoria de longas-metragens, o diretor do festival e curador dos longas, o cineasta Cláudio Marques aponta que, na escolha do filmes este ano, resolveu optar por uma competição mais enxuta.

“Escolhi, realmente, os mais significativos tanto em termos de conteúdo quanto na forma. Há uma diversidade interessante: uma animação com seu universo próprio; um belo e honesto filme caseiro, além de dois filmes de cunho ativista. Interessante que esses dois últimos filmes, os que eu denomino ‘ativistas’, possuem estética e aproximação totalmente distintas. Creio que em termos de qualidade nós ganhamos bastante na competição baiana de 2019”, pontua Cláudio.

Na seleção de curtas-metragens, um foco em variados temas e urgências foi colocado em evidência na escolha dos filmes. O professor, pesquisador e crítico de cinema Rafael Carvalho, que integra a equipe de curadoria responsável pela seleção dos curtas, salienta a dificuldade na escolha dos trabalhos a serem exibidos.

”Mais uma vez tivemos um ano muito bom de inscrição de curtas baianos e certa dificuldade em escolher os selecionados, principalmente pelas diferenças de abordagem, formato, gêneros e temáticas que os filmes espelham. Mais que tudo, escolhemos filmes que gostaríamos que o público visse para conhecer o que temos produzido em termos de cinema hoje aqui no estado”, conclui Rafael.

O Panorama Internacional Coisa de Cinema possui o apoio do governo do estado da Bahia por meio da Secretaria de Cultura, fazendo, desde 2012, parte do edital Projetos Culturais Calendarizados.

Trata-se de um edital responsável por formar plateias para as artes, além de valorizar a cultura local, bem como trazer benefícios na geração de emprego e renda.

A Bahia é um dos poucos estados do Brasil a possuir esse tipo de incentivo. Que possa permanecer e se expandir para que novos trabalhos continuem a ter uma janela de exibição tão ampla quanto o Panorama.

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