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TRAILER E SESSÕES

Lupicinio é o pai da sofrência: filme resgata legado de artista

Longa sobre compositor de clássicos como "Nervos De Aço" já tem sessões em Salvador

Por Chico Castro Jr.

22/03/2024 - 16:28 h
Lupicínio tem a fama de ser um dos pais da “sofrência”
Lupicínio tem a fama de ser um dos pais da “sofrência” -

Para muitos, ele foi um dos maiores compositores da música popular brasileira. Para outros, um artista ultrapassado e machista. Uma certeza, porém, fica: 110 anos depois de nascido em Porto Alegre, este músico ainda está muito presente na cultura brasileira. Para tirar as próprias conclusões, vale assistir nos cinemas ao documentário Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor, de Alfredo Manevy.

Produção da Plural Filmes, em parceria com o Canal Curta e com distribuição da O2 Play, o filme recorre a materiais de arquivo do próprio Lupicínio – fruto de uma ampla pesquisa –, além de entrevistas e falas de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Elza Soares, entre outros.

Um dos maiores sofredores da música, Lupicínio tem a fama de ser um dos pais daquilo que, durante muito tempo, se convencionou chamar de “música de corno”, hoje mais conhecida como “sofrência”.

Autor de clássicos como Esses Moços, Loucura, Nunca, Ela Disse-me Assim, Felicidade, Vingança, Volta, Se Acaso Você Chegasse – a lista é enorme – vem embalando romances, rompimentos e, principalmente, a dor de cotovelo de gerações de brasileiros.

“Lupicínio, ao lado de Herivelto Martins (1912-1992), foi um dos pioneiros, um dos fixadores do samba-canção na década de 1940”, definiu o pesquisador Rodrigo Faour, autor do livro-referência História Sexual da MPB (2006), em entrevista ao A TARDE dez anos atrás – por ocasião do centenário do artista.

“Depois do primeiro grande êxito, Se Acaso Você Chegasse, ele teve muitos sambas-canções dor de cotovelo de sucesso, estilo que foi preponderante nos anos 1940 e 50. Foram gravados cerca de mil sambas-canções nesse período”, diz.

Com essas músicas, ele abasteceu o repertório de Linda Batista, Francisco Alves, Nelson Gonçalves, Isaura Garcia, Orlando Silva etc. “Todos os grandes cantores da era do rádio gravaram muito Lupicínio”, lembrou Faour.

Pós-bossa nova, quando foi considerado “ultrapassado”, Lupicínio foi redescoberto e regravado por gente do quilate de Paulinho da Viola (Nervos de Aço), Maria Bethania (Foi Assim, Loucura), Gilberto Gil (Esses Moços), Gal Costa (Volta, Loucura), Elis Regina (Cadeira Vazia) e Caetano Veloso (Felicidade). Arrigo Barnabé, o titã da vanguarda paulista, gravou um álbum inteiro só com repertório de Lupicínio: Caixa de Ódio (2011).

No filme, o diretor Alfredo Manevy se vale de diversas falas do artista para fazer dele o narrador da própria história: “Confissões de um Sofredor é um longa-metragem dedicado à vida de Lupicínio Rodrigues e a celebração de um legado musical”, afirma.

“A principal narrativa do filme é conduzida pelo próprio Lupicínio Rodrigues, a partir de áudios que nós resgatamos, limpamos e restauramos, que eram dados como perdidos, em especial uma entrevista ao Museu da Imagem e do Som, de 1968. Então, isso dá ao espectador a oportunidade de mergulhar no universo dele. Com o filme sendo narrado por ele, a gente volta aos anos 1940, aos anos 50, faz um flashback na realidade musical brasileira, passando pela época em que Lupicínio começou a fazer samba no Exército”.

Manevy conta que Lupi começou a se destacar neste período, fazendo sambas em que criticava a comida servida no quartel, o que lhe rendeu encrencas na caserna: “Ele foi até preso por insubordinação, mas virou o sambista que nós conhecemos. Quando chegou no Rio de Janeiro, estava sem dinheiro e teve que vender sambas para outros autores”.

Elo perdido da MPB

Mas Lupicínio nunca se estabeleceu no Rio. Sempre preferiu morar na Porto Alegre natal, uma característica explorada pelo diretor. “O filme mergulha o espectador nessa narrativa a partir do próprio Lupicínio, e a partir daí a gente propõe uma imersão nesse que é um dos personagens mais fascinantes e enigmáticos da música popular brasileira”, conta.

“Quando eu falo enigmático, é pensar como Lupicínio conseguiu fazer sucesso, inventar praticamente um gênero musical, que é a dor de cotovelo, samba de corno, samba de bolero, que foi um enorme sucesso nos anos 1940. E sem sair de Porto Alegre, sem ir morar no Rio de Janeiro, como fez Dorival Caymmi, como fez Gonzagão. Isso era um mistério”, observa Alfredo.

Para o diretor, Lupi foi o elo perdido, o ponto de conexão entre a “velha” MPB (pré-bossa nova) e a que conhecemos hoje, resultado direto da bossa, do Tropicalismo e da Jovem Guarda: “Ele é uma espécie de elo perdido da música popular e conhecer a história dele é, de alguma maneira, desencavar a história da música popular brasileira, que é talvez um espelho do Brasil, uma forma pela qual nós brasileiros nos conhecemos, nos identificamos e nos sentimos”, afirma.

“No filme, a gente tem participações fantásticas de Cazuza, Elza Soares, Francisco Alves e outros grandes personagens, como Jamelão (que era o intérprete favorito de Lupicínio para as composições), João Gilberto, Caetano. Lupicínio é como um personagem que está em todos os momentos-chave da música popular brasileira”, conclui Alfredo Manevy.

‘Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor’ / Dir.: Alfredo Manevy / Com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, e Elza Soares / Salas e horários: cinema.atarde.com.br

Confira o trailer da produção

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