CINEINSITE JÁ VIU
Maior força de “Rainha Vermelha” é o carisma dos seus personagens
Série é uma adaptação do primeiro capítulo da trilogia de livros best-seller de Juan Gómez-Jurado
Por Edvaldo Sales
Uma sala vazia no último andar de um prédio antiquado. Uma mulher sentada na janela. Uma escolha. Diversas possibilidades. E um estranho carismático chega à porta. Esse é o cenário e os componentes que, logo de cara, prendem a atenção do telespectador nos primeiros minutos de “Rainha Vermelha”, série que adapta o primeiro capítulo da trilogia de livros best-seller de Juan Gómez-Jurado (Reina Roja, Loba Negra, Rey Blanco).
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A convite do Prime Video, o Cineinsite A TARDE conferiu com antecedência os três primeiros episódios do suspense policial, que já está disponível no serviço de streaming.
A história é ambientada em Madrid e acompanha Antonia Scott (Vicky Luengo) que, apesar de não ser uma policial e nem criminologista, tem uma inteligência fora do comum e já ajudou a solucionar dezenas de crimes. Após um acidente com o marido do qual se sente responsável, ela decide que não vai mais trabalhar com isso. Contudo, ela rompe o isolamento quando é convidada pelo policial Jon Gutiérrez (Hovik Keuchkerian) a ajudá-lo a solucionar um crime.
O roteiro de Amaya Muruzábal - que também é showrunner e produtora executiva - e Salvador Perpiñá é eficiente ao estabelecer a história que quer contar e ao apresentar os personagens principais. O texto, porém, não é inovador, tem diálogos expositivos que não se justificam e segue uma cartilha já conhecida do público que acompanha séries policiais.
O maior acerto do programa é a interação da dupla principal. Luengo e Keuchkerian são responsáveis por dar fluidez a uma dinâmica que se torna cada vez mais interessante ao longo dos episódios. Os personagens se tornam cativantes à medida que a história avança. A relação deles, inclusive, se assemelha à de outras parcerias de agentes da cultura pop, mas se destaca pelas particularidades de cada um. O mesmo não pode ser dito sobre o vilão de Nacho Fresneda, que é clichê e caricato.
Em “Rainha Vermelha”, Koldo Serra (La Casa de Papel) assume a direção principal ao lado de Julian de Tavira (Hernán). Nos primeiros capítulos, ele aposta em escolhas seguras, mas pouco ousadas - característica necessária para uma produção do gênero se destacar em meio a tantos outros títulos semelhantes disponíveis. Além disso, as sequências de ação deixam a desejar devido aos pontos supracitados. Um dos poucos momentos que vai na contramão nos episódios iniciais é a cena de abertura, que tem uma boa direção e diz muito, sem precisar de diálogo.
Algumas escolhas visuais também chamam atenção. Na série, quando Antonia Scott - cujo intelecto e capacidades de raciocínio precisavam ser traduzidas visualmente - analisa as cenas dos crimes e imagina diversas possibilidades, o ambiente se escurece e se “transforma” para que ela consiga visualizar o que realmente aconteceu. É visualmente bem feito, mas remete a outras produções.
“Rainha Vermelha” tem deslizes, mas os acertos se destacam e garantem um bom entretenimento. Os personagens principais são cativantes, a relação entre eles tem o destaque que merece e o roteiro estabelece bem a história, que poderia ganhar mais autenticidade com uma narrativa mais inventiva.
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