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19/04/2023 às 6:15 - há XX semanas | Autor: Tiago Freire*

CINEMA

'Ninguém É de Ninguém' segue rastro do cinema espírita de 'Nosso Lar'

Com Carol Castro e Danton Mello, filme traz uma história sobre relacionamentos abusivos

Carol Castro: “Tive muitos gatilhos lendo o roteiro, a ponto de não saber se daria conta de fazer o filme”
Carol Castro: “Tive muitos gatilhos lendo o roteiro, a ponto de não saber se daria conta de fazer o filme” -

Seguindo sucessos como Kardec e Nosso Lar, o diretor de cinema Wagner de Assis retorna às telas roteirizando e dirigindo um novo filme, Ninguém É de Ninguém.

O longa-metragem, que estreia hoje, é baseado no bestseller homônimo da autora espírita Zíbia Gasparetto, um sucesso com mais de um milhão de exemplares vendidos.

Ninguém É de Ninguém aborda relacionamentos tóxicos, ciúmes, perdão, recomeço, o casamento e o delicado equilíbrio entre o papel de cada um na relação do ponto de vista espiritual.

No filme, Carol Castro dá vida a Gabriela, uma mulher forte e com carreira bem-sucedida, que vive um relacionamento conturbado com o marido, Roberto (Danton Mello). Cheio de desconfianças, ele tenta controlar os passos da parceira, enquanto ela cresce profissionalmente e recebe uma promoção no escritório de advocacia em que trabalha.

As vidas acabam por se entrelaçar com a do casal Renato (Rocco Pitanga) e Gioconda (Paloma Bernardi), que também vivem em desarmonia por conta dos ciúmes dela.

O romance é caracterizado pela forte carga dramática e pitadas de suspense sobrenatural. Consolidado profissionalmente, Renato trabalha ao lado de Gabriela e é um dos sócios da empresa. A aproximação de ambos desperta a insegurança da esposa Gioconda, que não mede esforços para manter o relacionamento com o parceiro. A inconsequência dos atos possessivos dos cônjuges conduzem o enredo da história e assombra a vida deles até mesmo depois da morte. O drama aponta para um amor que atravessa o tempo, abordando um ciúme doentio que destrói relações e projetos de vidas.

“Esse é um filme que trata de assuntos densos, porém extremamente atuais no momento em que vivemos. Relações abusivas, de possessividade e violência contra a mulher, infelizmente, são temas que vemos todos os dias em todos os lugares, sendo um retrato da nossa sociedade”, afirma Wagner de Assis.

“O filme ainda traz como elemento de destaque da trama a importância de olhar as coisas com esse viés do entendimento de que a espiritualidade oferece, seja pelas necessidades de reparação dos erros do passado, seja pela força do arbítrio em reajustar-se no presente”, acrescenta.

Das páginas às telonas

Assis relata já conhecer outros livros de Zíbia Gasparetto, tendo se aproximado dela após o lançamento de Nosso Lar e Kardec. Depois da morte de Zíbia, o diretor começou uma parceria com a filha da autora, Silvana, e a neta, Vanessa. Inicialmente, o plano era adaptar Advogado de Deus, porém, a escolha acabou mudando para Ninguém É de Ninguém.

O processo adaptativo do romance mostrou ser um bom desafio para Wagner, que buscou manter o peso da narrativa nas telonas, mas também trazendo mudanças para aproximar o filme do público.

“Nós optamos por trazer a história para a atualidade, uma vez que o livro se passa no início da década de 1950. Assim, o foco era trabalhar os personagens a fundo, buscar todas as razões, as transformações – para o bem ou não – e ter isso visto com uma ‘quebra’, que é a inserção da dimensão paralela, mostrando que continuamos vivos depois da morte”, diz.

“Além disso, era importante ter o olhar nas vidas passadas, o que foi também um aspecto fundamental na adaptação. Ou seja, juntar todos esses aspectos da obra com uma história realista – mesmo falando de algo além da realidade aparente – foi um enorme desafio”, observa.

Não só adaptar a história em si mostrou-se um desafio para o diretor. Transpor o viés espiritual da obra também rendeu dificuldade. O diretor ressalta o desejo de que a história e os temas possam ser absorvidos, independentemente de crenças.

“Sempre é desafiador colocar o viés espiritual nas histórias – como ele aparece, as influências, sem que isso seja uma ‘defesa’ de realidade. Queremos que essas histórias sejam vistas por todas as pessoas porque elas são boas. Quem acredita, ótimo, vai ter um tipo de entendimento. Quem não acredita que a vida continue, tudo ótimo também, porque vai entender o drama da mesma forma. O cinema nos permite oferecer esses olhares – e as boas histórias fazem o resto”, ressalta.

“Como, por exemplo, tocar em assuntos tão urgentes, relevantes, importantes, como as dores e os dissabores que acontecem dentro de um casamento doentio, que precisam ser desvelados”, diz.

Dando vida à Gabriela

Ninguém É de Ninguém apresenta uma forte carga de drama interpessoal e no centro dessa história está Gabriela, interpretada por Carol Castro. Mesmo sem conhecer o livro previamente, a atriz relatou a relutância em aceitar o papel, por conta da temática do filme, mas foi ao terminar a leitura, que percebeu o que o longa representa.

“Não tinha lido o livro e tive muitos gatilhos lendo o roteiro, a ponto de não saber se daria conta de fazer, por conta da intensidade da história e questões pessoais. Quando terminei de ler o roteiro, entendi que era uma missão contar a história, e interpretar Gabriela era uma verdadeira honra”, diz.

“É representar todas as mulheres que passam, passaram ou irão passar por situações semelhantes de violência doméstica, relacionamento tóxico. Me senti desafiada e ao mesmo tempo presenteada com uma personagem tão cheia de nuances e tão próxima da nossa triste realidade”, relata a atriz.

Apesar do caráter pesado da história, Carol avalia ter sido uma boa experiência.

A atriz ressalta o papel que Wagner Assis e Danton Mello, parceiro das cenas, tiveram em construir um ambiente seguro.

O diretor também enfatiza o papel fundamental que a direção de atores teve no filme. “Era fundamental que houvesse verdade plena na tela – principalmente quando transgredimos o paradigma que a vida termina com a morte. Como em todos os trabalhos com essa temática, foi importante oferecer para elenco e equipe o máximo de informações, ambientação, entendimento do que a história estava propondo”, relata Wagner.

“Falamos também sobre o tema que permeia tudo: o ciúme e sua carga destrutiva, sob a forma de relações tóxicas, machismo explícito e estrutural, possessão e obsessão espiritual decorrentes dele. Esse é o tema do filme com o olhar espiritual – essa é a diferença da história que estamos contando”, finaliza.

*Sob A supervisão do editor Chico Castro Jr.

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