Ó PAÍ, Ó 2
“O Bando [de Teatro Olodum] fala através de mim”, diz Lázaro Ramos
Protagonista e diretor de Filme "Ó Paí, Ó 2", Lázaro Ramos falou com exclusividade ao Portal A Tarde
Por Edvaldo Sales e Franciano Gomes*
Em pré-estreia de "Ó Paí, Ó 2", na última quarta-feira,15, o diretor e protagonista do filme, Lázaro Ramos, falou com exclusividade ao Portal A TARDE sobre o processo de atuação e direção no longa. O intervalo entre o primeiro filme e o atual é de15 anos. No âmbito da nova produção, o artista mostra os desafios que partem da disposição física para gravar algumas cenas, além do próprio 'esquecimento' de algumas características do personagem.
O intérprete do personagem Roque, um aspirante a cantor, viu as cenas de dança do novo projeto como desafiadoras. Ele ainda lembrou de repaginações do primeiro filme, como a performance de dança enquanto cerrava um objeto. "Fazer essa cena, ao menos 20 vezes, não é a mesma coisa de 15 anos atrás". Lázaro também falou sobre os caminhos para a retomada do personagem, após mais de uma década.
"Eu revi o primeiro filme para lembrar o jeito dele. Ele cita frases, fala meio 'assim', tem determinada voz... No entanto, na hora que começava a ensaiar, eu falava: 'gente, está faltando alguma coisa'. Quando eu cheguei em Salvador, andando pelas ruas, as pessoas sabiam que o filme estava sendo feito, então elas começaram a falar comigo imitando o jeito do Roque. E eu fui lembrando. A gente andando no Pelourinho, descendo a ladeira para ir filmar. Foi muito lindo. Na verdade, esses personagens pertencem ao público, à rua, para quem já se apropriou deles".
Ainda segundo Lázaro, outro desafio foi atualizar o tema do personagem: ao invés de interpretar uma pessoa que está buscando ser um cantor, ele agora faz um cantor que descobre sua voz, com todas as dúvidas sobre o que fará com ela.
Lázaro Ramos estreou recentemente como diretor do filme Medida Provisória (2020). Agora, além de ser ator principal, ele assumiu a direção do filme, que já tem uma relação profunda com o público. Vindo do Bando de Teatro Olodum, Lázaro revela a influência do bando em sua formação, enquanto profissional. O ator ainda ressalta as responsabilidades do cargo e o número de decisões que precisou tomar em comparação ao trabalho como ator, no primeiro filme.
"Na direção, às vezes eu ficava um pouco sufocado com todo mundo perguntando tudo, da cor de um cenário ao jeito de fazer uma cena, mas isso acabou virando um prazer. Na minha formação como ator, existe uma parte técnica e uma parte intuitiva. Já como diretor, acabei tendo uma formação para entender a parte técnica do cinema que é 'natural', a exemplo de lentes, enquadramentos. Mas, no final das contas, acho que o princípio entre dirigir e atuar é o mesmo para mim. E ele vem do Bando de Teatro do Olodum. Então, ao me explicar sobre dirigir ou atuar, eu acho que ainda é o Bando falando, através de mim".
Além da pré-estreia da última quarta-feira, 15, outras sessões acontecerão nos dias 18 e 19 para o público. No lançamento, Lázaro revelou que já nesta sexta-feira, 17, o filme chega aos cinemas de Salvador. Já a estreia nos cinemas do Brasil será no dia 23 de novembro, com distribuição da H2O Films.
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