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Roteiro irregular prejudica Mais Forte que o Mundo

Bruno Porciuncula

Por Bruno Porciuncula

23/06/2016 - 17:30 h | Atualizada em 23/06/2016 - 17:51
José Loreto
José Loreto -

Logo nos primeiros minutos de projeção, uma cena mostra José Aldo (José Loreto) entrando em casa com uma farpa na mão. A mãe (Claudia Ohana) tenta tirar com uma pinça e o jovem se contorce, sentido dor. O irônico é que ele é o personagem central de um filme que tem o título Mais Forte que o Mundo - A História de José Aldo.

Com direção de Afonso Poyart (Presságios de um Crime), o filme retrata os anos de 2005 a 2011 da vida do lutador, desde quando Aldo decide sair de Manaus para viver como um lutador até o dia em que venceu o cinturão do UFC contra Mark Hominick, no Canadá.

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Mais Forte que o Mundo se concentra mais nas questões psicológicas de José Aldo do que na sua rotina de treinos e dedicação para as lutas. Com isso, o roteiro, escrito por Poyart e Marcelo Rubens Paiva, acaba se perdendo em enredos que pouco acrescentam à trama - como três grupos de amigos, em diferentes fases, que mostram pouco de quem é José Aldo. Aliás, quem não é fã do lutador, dificilmente vai simpatizar com o personagem, que parece um poço de raiva e tem raros momentos de alegrias ou até gentilezas - trata mal, inclusive, a namorada.

Também é apressado, sem mostrar os pormenores dos treinos ou os preparativos de Aldo para as lutas, gastando tempo colocando um personagem no estilo Tyler Durden (Brad Pitt, em Clube da Luta) - não se preocupe, não é spoiler, a "revelação" é peceptível logo no início do filme.

Dupla afinada

Poyart, que já havia se destacado nos filmes Dois Coelhos e Presságios de Um Crime, se mostra um ótimo diretor, com domínio de câmera. As cenas de luta são excelentes, com destaque para uma, de rua, sob a chuva, e outra, no octógono, ao som da canção Man With Harmonica, que faz parte do filme Era Uma Vez no Oeste e foi composta pelo gênio Ennio Morricone.

Mas o grande trunfo do filme é a dupla José Loreto e Jackson Antunes. Loreto, acostumado a fazer tipos sem noção nas novelas, surpreende mostrando uma faceta nunca vista. Ele dá humanidade para Aldo e consegue bons momentos nas cenas dramáticas. Enquanto Antunes mantém a média de ótimas atuações e deixa transparecer toda a dureza do personagem dúbio.

Cléo Pires, que interpreta a esposa do lutador, pouco tem a mostrar, mantendo aquela mesma voz e expressões estando triste, alegre ou com qualquer outro sentimento. Milhem Cortez, Rafinha Bastos, Felipe Tito e Robson Nunes completam os elenco, mas têm muito pouco para oferecer.

A trilha sonora, com canções que remetem aos anos 70, 80 e até 90, nas vozes de Gal Costa, Wilson Simonal, Jorge Ben Jor e Lenine, destoam de um filme baseado em uma história real que se passa nos anos 2000.

Pelo excelente lutador e ser humano que é, José Aldo merecia um filme à altura.

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