80º FESTIVAL DE VENEZA
'Sem Coração' e curtas yanomamis levam o Brasil ao Festival de Veneza
Quatro produções representaram o Brasil no 80º Festival de Veneza
Por Da Redação
Longas e curtas metragens, representam o Brasil, no 80º Festival de Veneza. O filme Sem Coração, de Nara Normande e Tião, participam da mostra Horizontes, há ainda três curtas yanomami em evento especial da Giornate degli Autori e três produções na seção Venice Immersive, com trabalhos de realidade virtual e aumentada. Além da ponta de Sophie Charlotte em O Assassino, de David Fincher, e o papel de Gabriel Leone em Ferrari, de Michael Mann.
Em “Sem Coração”, durante o verão de 1996, no litoral de Alagoas, Tamara (Maya de Vicq) está aproveitando suas últimas semanas na vila pesqueira onde mora antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de “Sem Coração” (Eduarda Samara), por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa.
Fizeram parte do evento também, os curtas dirigidos por yanomamis 'Os Olhos da Floresta', dentro da mostra paralela Giornate degli Autori, em parceria com a Fondation Cartier e a Isola Edipo. Mãri Hi – A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari, ganhou o Prêmio Especial do Júri e o Kikito de melhor fotografia de curta-metragem no Festival de Gramado, em agosto. Antes, foi eleito o melhor curta documentário nacional no Festival É Tudo Verdade, o que o qualifica para o Oscar na categoria.
O filme, que conta com a participação do xamã e escritor Davi Kopenawa Yanomami, fala da árvore que, ao florescer, faz surgir os sonhos. Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando, de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami, mostra uma mulher observando a feitura do Yãkoana, que alimenta os espíritos e permite aos xamãs entrarem em contato com eles. Já Yuri U Xëatima Thë – A Pesca Com Timbó, dirigido pelos mesmos três cineastas, trata da pescaria feita com o cipó que atordoa os peixes.
Além de exibir os filmes, Ɨramari deu uma masterclass ao lado dos produtores Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha para alertar o mundo sobre os perigos enfrentados pelo seu povo. Nos últimos anos a Terra Indígena Yanomami e suas 30 mil pessoas vêm sendo ameaçadas pela invasão dos garimpeiros, que contaminam os rios com mercúrio, espalham doenças e geram insegurança alimentar. No governo anterior, 570 crianças yanomami morreram. No início do ano, o atual presidente declarou uma emergência de saúde para o povo yanomami.
O Brasil está presente também, na seção Venice Immersive, para filmes de realidade virtual e aumentada. Finalmente Eu, de Marcio Sal, participa da competição. Já Queen Utopia: Act I Cruising, de Lui Avallos, e Origem, de Emilia Sánchez Chiquetti, não estão competindo.
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