CAUSA NOBRE
Sessão Azul leva acessibilidade para crianças autistas no cinema
Evento da Rede UCI aconteceu na tarde desta terça em comemoração ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo
![Como parte da comemoração, a UCI convidou cerca de cem pessoas associadas a Autimais e a Associação Amigos dos Autistas da Bahia](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1260000/1200x720/Sessao-Azul-leva-acessibilidade-para-criancas-auti0126458100202404021729-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1260000%2FSessao-Azul-leva-acessibilidade-para-criancas-auti0126458100202404021729.jpg%3Fxid%3D6166008%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1721457742&xid=6166008)
Os cinemas de Salvador foram tomados pela acessibilidade na tarde desta terça-feira, 2. Em comemoração ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, a rede de cinemas UCI Orient organizou uma sessão especial para pessoas com Transtorno do Espectro Autista.
A ação UCI Azul aconteceu no Shopping da Bahia, Paralela e Barra, com as exibições sendo iniciadas a partir das 14h. O filme exibido foi “Kung Fu Panda 4”, animação que conta as aventuras do panda desastrado Po. As sessões contaram com um volume de som reduzido e luzes levemente acesas para garantir o conforto do público.
Como parte da comemoração, a UCI convidou cerca de cem pessoas associadas a Autimais e a Associação Amigos dos Autistas da Bahia (AMA-BA). Além de assistirem ao longa gratuitamente, os convidados também receberam um combo de pipoca e refrigerante para completar a experiência.
Lia Regina de Castro, assistente social da AMA, comentou sobre como a causa vem ganhando mais visibilidade recentemente. "Hoje se fala sobre autismo com mais leveza, mais inclusão e entendimento. Mesmo sem entender todo o processo, nós temos a sociedade dizendo 'Eu estou aqui, eu estou aberta'", disse.
Lia ressaltou que o UCI Azul é uma forma de trazer a experiência do cinema para pessoas que nunca tiveram essa oportunidade. "Nós temos mães aqui que nunca levaram os filhos ao cinema, por conta do preço e do receio, pelo barulho e complexidade que o cinema tem na visão de cada uma delas", explicou.
"Para a gente que tem tantos nãos, uma ação dessas é sempre bom. Às vezes isso já afaga a mãe, as crianças, já que a gente tem tantas portas fechadas", afirmou Luana Neres, mãe de duas crianças autistas.
Levando os filhos ao cinema pela primeira vez, Luana ressaltou a importância de outras ações serem criadas para pessoas com outros tipos de deficiência. "Que eles (a rede de cinema) continuem com essas ações e não ajudem só a gente que é autista, mas que também tenham esse olhar para pessoas surdas", pontuou.
O evento serviu como uma oportunidade de lazer para as famílias de pessoas com o transtorno. "Eu e meus filhos ficamos mais presos em casa. Mas quando tem uma oportunidade dessas a gente vem", contou Zezito dos Santos, portador de autismo nível um.
Com opções de lazer restritas por conta de sua condição e a dos filhos, Zezito conta que a ação serve como uma forma segura de entretenimento para sua família. "Devido a violência, a gente não ocupa as ruas de nosso bairro, ficamos trancados. Você não vê autistas brincando nas ruas ou passeando, só se for no Shopping, Parque da Cidade, Parque dos Dinossauros e etc", explicou.
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