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Todos os poderes de Harry Potter; Saga completa 23 anos nesta sexta
Por Bianca Carneiro*

“Palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia”. Se você é fã de Harry Potter, série de sete romances de fantasia escrita pela autora britânica J. K. Rowling, certamente reconheceu esta frase de algum lugar. Nesta sexta-feira, 26, data que marca o aniversário de lançamento do primeiro livro, o Cineinsite A TARDE relembra alguns dos maiores poderes difundidos até hoje pelo enorme número de fãs das obras.
Foi há 23 anos atrás, que chegava às livrarias a saga que conquistaria uma imensa legião de fãs, com 450 milhões de livros traduzidos para mais de 70 idiomas. Para além das páginas, a aventura vivida em Hogwarts ganhou vida nas telas do cinema, virou parque temático e rendeu linhas de brinquedos, roupas e acessórios. Ao todo, estima-se que a franquia cinematográfica de Harry Potter tenha arrecadado aproximadamente US$ 25 bilhões.
No Brasil, o lançamento do primeiro volume aconteceu três anos mais tarde: o bruxinho mais famoso do mundo completou em abril, 20 anos da sua chegada. Apesar do atraso, o sucesso continuou estrondoso por aqui. Atualmente, o país é o sétimo mercado de livros da obra, com mais de 5 milhões de cópias vendidas.

Em meio aos milhares de fãs brasileiros, está a estudante Alana Barbosa, 26 anos. A paixão, segundo ela, começou há 16 anos depois de assistir o primeiro filme baseado na história. “Eu que não acredito em amor à primeira vista, mordi a língua quando me apaixonei pelo filme Harry Potter e a Pedra Filosofal. Tinha 10 anos na época, e desde então, estou com os personagens. Torço para que esse amor pela saga seja transmitido aos meus filhos”, diz.
A estudante conta que um dos seus sonhos é visitar o parque The Wizarding World of Harry Potter, nos Estados Unidos, e que considera Harry Potter importante para sua saúde mental, sendo uma forma de bem estar. “Em um contexto de tantas crises humanitárias, preconceitos e genocídios, a saga é um alívio porque mostra a importância de se estar acompanhadx, e que no final apesar dos pesares, o bem sempre triunfa”, ressalta.
Quem também utiliza as obras como uma forma de relaxar é a estudante Pâmela Aquino. A introdução aos livros de Harry Potter começou há quase três anos atrás, em um momento complicado da sua vida e desde então não parou mais. “Meu livro preferido é o Enigma do príncipe e meu personagem favorito é o Severo Snape”, afirma.

“Para mim, a saga representa perseverança, integridade, porque o Harry passa por muita coisa desde pequeno, mas não se torna uma pessoa ruim por causa disso. É uma história muito bonita de amizade, perseverança”, conta ela, que até hoje recorre aos filmes quando não está bem.
O poder da amizade
Dividido entre as incansáveis maratonas dos filmes e livros e as coleções, em alguns casos, o amor por Harry Potter se estende ainda pela pele dos fãs através de tatuagens contendo a mitologia da série. “Tenho duas tatuagens em homenagem: as relíquias da morte, que para mim é o principal símbolo de Harry Potter e a plataforma 9 ¾, por onde todos embarcam”, enumera Alana Oliveira, 24, fã do bruxinho há aproximadamente 17 anos.
“Em todas as fases da minha vida, a saga estava e está presente, são muitos anos, muitas emoções, é muito importante e sempre vai ser. Melhor saga não existe, amo demais”, declarou.

Quando completou 18 anos, o psicólogo Leonardo Ribeiro, 24, resolveu que sua primeira tatuagem seria o símbolo das relíquias da morte, junto a frase "After all this time? Always" (Depois de todo esse tempo? Sempre). Ele, que conheceu Harry Potter aos 6 anos ao assistir A Pedra Filosofal nos cinemas, diz que a frase é uma forma de lembrar a si mesmo de ser fiel aos seus princípios e valores.
“Li todos os livros de forma inusitada: comecei pelo sétimo e só depois de adulto os li em ordem crescente. Acompanhei todos os filmes no cinema, assistindo com minha mãe, amigos ou sozinho”, conta.
Outro que também fez das relíquias da morte a sua primeira tatuagem foi o estudante Eliabe Reis, 29. No entanto, como já era de se esperar, os fãs também trouxeram para a vida real uma das maiores lições deixadas pelas obras: a força da amizade. Assim como Harry, que encontrou na dupla Rony e Hermione um porto seguro para enfrentar todos os perigos do mundo mágico, Eliabe descobriu uma segunda família nos amigos do fã clube soteropolitano “Harry Potter Salvador - Magic Zoo”.
“A gente está sempre falando de Harry Potter ou de algum assunto ligado. A saga não é só importante, ela está sempre presente e representa realmente essa amizade que eu tenho. Meus amigos mais chegados são do fã clube, não tem como pensar neles e não pensar na saga e em como tudo começou devido as estreias do filme”, afirma Eliabe, que além de colecionar objetos, ainda faz cosplay dos personagens.
Foi, inclusive, ao lado do fã clube que o estudante viveu um dos seus momentos mais especiais, quando o grupo foi convidado a fazer uma apresentação com a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba), no projeto Cineconcerto, que homenageia temas de filmes.
“Nesta apresentação, a gente realizou uma encenação contando a história do primeiro filme. Era algo mais teatral que a gente fazia para o público que estava ouvindo a trilha sonora e a gente interpretando a história. Foi muito gratificante para nós enquanto fã clube. Da primeira vez que a gente apresentou, eram cinco mil pessoas na Concha Acústica, todo mundo aplaudindo de pé”, contou.

Possibilitar as amizades parece então, ser mesmo uma das magias mais poderosas do universo de J. K. Rowling. O psicólogo Leonardo também cita memórias inesquecíveis a partir da produção, e acredita que se não fosse a saga, alguns dos seus grandes momentos junto aos amigos, talvez não acontecessem.
“Durante a escola, vários amigos compartilhavam do fascínio pela saga, então brincávamos de bruxaria, trocávamos brinquedos, escrevíamos histórias e pensávamos em teorias. Um dos momentos mais especiais foi ter assistido o lançamento do oitavo filme, Relíquias da Morte parte 2, em uma sala repleta de fãs caracterizados de seus personagens favoritos”, recorda.
O poder do conhecimento
Valorizado sobretudo pela bruxinha Hermione Granger, o conhecimento é um ponto alto da rica mitologia de J.K. Rowling. Não basta ser forte ou corajoso, é preciso saber o máximo possível sobre os tipos de feitiço, os artefatos mágicos e os povos que habitam os arredores de Hogwarts.
Em comemoração aos 23 anos de Harry Potter, linguistas da plataforma de idiomas Babbel listaram os diferentes idiomas fantásticos e seus principais representantes. Confira:
Grugulês: língua nativa dos duendes. Falantes mais famosos: Os duendes no Banco Gringotes, incluindo Griphook;
Serêiaco: língua nativa dos sereianos. É adaptada para ser falada debaixo da água, onde soa como inglês aos ouvidos de Harry. Porém, fora da água, se torna um chiado. Falantes nativos mais famosos: Sereianos no lago de Hogwarts;
Trasgueano: língua primitiva, na qual os falantes produzem grunhidos, mas também conseguem reproduzir algumas palavras simples dos idiomas humanos. Falante mais famoso: trasgo da montanha que invade Hogwarts em “Harry Potter e a Pedra Filosofal”;
Ofidioglossia: língua das cobras e outras criaturas mágicas serpentinas, como o Basilisco ou a Serpente Chifruda. É um som assobiado, semelhante ao de uma cobra. Falantes mais famosos: Salazar Sonserina, a família Gaunt, Lord Voldemort.

*Sob supervisão da editora Keyla Pereira
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