ARTIGO
A Floresta Amazônica em pé vale R$ 1,5 tri por ano
Fator carbono é decisivo para a indústria de commodities, de preservação de florestas e florestas plantadas
Por Eduardo Athayde*
Relatório do Banco Mundial divulgado recentemente mostra que o valor de manter a Floresta Amazônica em pé, a preservação da floresta vale, ao menos, US$317 bilhões por ano – o equivalente a R$1,5 trilhão, defendendo uma revisão do modelo de crescimento da Amazônia.
O fator carbono é decisivo para a indústria de commodities, de preservação de florestas e florestas plantadas, e de outros setores. O governo federal prepara um projeto para regulamentar o mercado de carbono, afirmou o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Rodrigo Rollemberg, “segundo relatório da Câmara de Comércio Internacional, há uma possibilidade de o Brasil atrair até US$120 bilhões até 2030 com o mercado de carbono. Parcela viria do mercado voluntário e parcela do regulado”.
Outra prioridade do governo é regulamentar a construção de usinas de energia eólica offshore que também não tem regras específicas no Brasil. “Você tem uma matriz energética limpa e que está em expansão. As possibilidades que se abrem hoje, especialmente com as eólicas offshore, e a produção de hidrogênio verde podem fazer do Brasil uma grande liderança mundial em uma economia de baixo carbono“, disse Rollemberg.
"A política de crédito de carbono é necessária e urgente. Demanda que chega, inclusive, aos nossos maiores PIBs, o agronegócio e a indústria de mineração. Sem crédito de carbono, o agrobusiness brasileiro e a indústria de base perderão demanda de exportação", afirma Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEÓLICA).
Fazer a transição energética é urgente, considerando que a energia responde por 78% das emissões globais. A União Europeia, em adição ao New Green Deal, apresentou um novo pacote de 170 bi de euros e está implementando o Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM), com sobretaxas que incidirão sobre importações, incorporando pegadas de carbono ao preço final de produtos importados. Por sua vez, o presidente americano Joe Biden lançou o pacote "Inflation Reduction Act", que prevê investimento da ordem de US$370 bilhões em gastos e abatimento fiscal para incentivar o uso de energias renováveis.
Comparativo anual de 76 nações e territórios em sua capacidade de desenvolver um futuro sustentável e de baixo carbono para suas economias e sociedades, o Green Future Index (GFI) 2023, do MIT, vê o crescimento em projetos e estratégias que integram desenvolvimento econômico e social com descarbonização. Os rankings de 2023 refletem os esforços para financiar a descarbonização, no desenvolvimento sustentável e na geração de energia limpa em economias emergentes.
Hoje, com abundância em recursos naturais, o Brasil tem capacidade de produzir a amônia verde e o hidrogênio limpo mais competitivos do mundo, a energia elétrica renovável brasileira pode ser exportada através da molécula de hidrogênio ou da amônia verde.
A visão ESG, Governança Sócio Econômica e Ambiental – enfatizamos socioeconômica como fidúcia para a sustentabilidade – ajuda a garantir a preservação dos ativos naturais da Amazônia, e dos outros biomas, através da valoração, precificação e monetização, garantindo o desenvolvimento econômico sustentado com geração de riquezas, trabalhos e rendas novas.
*Eduardo Athayde é diretor do WWI no Brasil, [email protected]
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