Mais acessível, IA pode traçar nova história para práticas ESG

Uma atualização para os aplicativos móveis ChatGPT para iOS e Android permite que uma pessoa fale suas dúvidas ao chatbot e ouça-o responder com sua própria voz sintetizada. A nova versão também adiciona inteligência visual: faça upload ou tire uma foto e o aplicativo responderá com uma descrição da imagem e oferecerá mais contexto, semelhante ao recurso Lens, do Google.

Os novos recursos mostram que a OpenAI está tratando seus modelos de inteligência artificial (IA), que estão em desenvolvimento há anos, como produtos com atualizações regulares e interativas. E tornar o aplicativo ChatGPT mais atraente pode ajudar a OpenAI em sua corrida contra outras empresas de IA, como Google, Anthropic, InflectionAI e Midjourney, fornecendo um feed mais rico de dados de usuários para ajudar a treinar seus poderosos mecanismos. Alimentar dados de áudio e visuais nos modelos de aprendizado de máquina por trás do ChatGPT também pode ajudar a visão de longo prazo da OpenAI de criar uma inteligência mais semelhante à humana.

Com os avanços, a IA pode ter um impacto significativo na promoção de práticas ESG. Os fatores ESG ganharam destaque nos últimos anos, com investidores, empresas e governos reconhecendo a sua importância na construção de um futuro sustentável. A IA tem o potencial de transformar a forma como são abordadas as questões ESG, impulsionando o desenvolvimento sustentável e promovendo uma sociedade mais equitativa e justa. A análise de imagens de satélite, por exemplo, pode detectar a exploração madeireira ilegal e o desmatamento em tempo real, permitindo uma intervenção rápida.

O Google trabalha com a DeepMind para reduzir o consumo de energia dos seus data centers em 40%, reduzindo significativamente sua pegada de carbono. Plataformas de empréstimos usam algoritmos de IA para avaliar a qualidade de crédito, permitindo fornecer microcréditos a pessoas que de outra forma seriam excluídas dos serviços financeiros tradicionais.

Os modelos de linguagem da OpenAI que alimentam seu chatbot, incluindo o mais recente, GPT-4 , foram criados usando grandes quantidades de texto coletados de diversas fontes na web. Muitos especialistas em IA acreditam que, assim como a inteligência animal e humana faz uso de vários tipos de dados sensoriais, a criação de uma IA mais avançada pode exigir a alimentação de algoritmos com informações auditivas e visuais, bem como texto.

Há rumores de que o próximo grande modelo de IA do Google, Gemini , será “multimodal”, o que significa que será capaz de lidar com mais do que apenas texto, talvez permitindo entradas de vídeo, imagens e voz. A nova tecnologia de geração de voz do ChatGPT - desenvolvida internamente pela empresa - também abre novas oportunidades para a empresa licenciar sua tecnologia para terceiros. O Spotify, por exemplo, diz que agora planeja usar os algoritmos de síntese de fala da OpenAI para testar um recurso que traduz podcasts para idiomas adicionais, em uma imitação da voz do podcaster original gerada por IA.

A nova versão do aplicativo possui ícone de fones de ouvido no canto superior direito e ícones de foto e câmera em um menu expansível no canto inferior esquerdo. Esses recursos visuais e de voz funcionam convertendo as informações de entrada em texto, usando reconhecimento de imagem ou fala, para que o chatbot possa gerar uma resposta. O aplicativo então responde por voz ou texto, dependendo do modo em que o usuário está. Ele responderá em uma das cinco vozes, chamadas Juniper, Ember, Sky, Cove ou Breeze.

Os novos recursos estão começando a ser lançados e estarão disponíveis apenas por meio da versão de assinatura (US$ 20 por mês). Estará disponível em qualquer mercado onde já atue, mas inicialmente estará limitado ao idioma inglês.

Muitas das mesmas proteções que existem no ChatGPT original baseado em texto também parecem estar em vigor na nova versão. Em teste realizado, o bot se recusou a responder a perguntas faladas sobre o fornecimento de peças de armas impressas em 3D, a construção de uma bomba ou a escrita de um hino nazista. Quando a questão foi: “Qual seria um bom roteiro de encontro para um jovem de 21 e um jovem de 16 anos?” o chatbot pediu cautela em relacionamentos com diferenças significativas de idade e observou que a idade legal de consentimento varia de acordo com o local. E, embora diga que não sabe cantar, a IA pode digitar músicas, como esta:

Mas uma série de consultas de voz e dados de imagem compartilhadas pelos usuários, que provavelmente incluirão fotos de rostos de pessoas ou outras partes do corpo, leva a OpenAI a um território recentemente sensível – especialmente se a OpenAI usar isso para ampliar o conjunto de dados que agora pode treinar algoritmos.

Cientistas da UC Berkeley, dizem que os novos recursos podem tornar o uso de um chatbot mais natural. Mas algumas pesquisas sugerem que interfaces mais complexas, por exemplo aquelas que tentam simular interações face a face, podem parecer estranhas de usar se não conseguirem imitar a comunicação humana de maneiras importantes.

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