SUSTENTABILIDADE
Organização global cobra mais ação dos governos contra desigualdade
Enquanto fortuna das cinco pessoas mais ricas dobrou, 60% da população mundial ficou mais pobre
Por Da Redação
Estudo elaborado pela organização global Oxfam, de pesquisas para a redução mundial da pobreza, divulgado nesta terça-feira (16) no Fórum Econômico Mundial, que está sendo realizado em Davos, na Suíça, mostrou que a pandemia de Covid-19 fez acelerar a desigualdade socioeconômica no planeta.
O trabalho, chamado Desigualdade S.A., aponta, por exemplo, que desde 2020 a fortuna das cinco pessoas mais ricas do mundo cresceu 118%, enquanto 5 bilhões de pessoas, aproximadamente 60% da população global, ficaram mais pobres. Seguindo o ritmo, de acordo com o estudo, em apenas 10 anos o mundo conhecerá seu primeiro trilionário - mas demorará mais de dois séculos (230 anos) para que a pobreza possa ser considerada erradicada.
A pesquisa aponta como causas principais da desigualdade a crescente concentração de importantes setores da economia mundial (tecnologia, energia, agropecuária, medicamentos, financeiro) em torno de poucas empresas e a falta de força dos governos para regular as atividades empresariais e a divisão das riquezas. Como parâmetro, o estudo estima que um terço dos lucros obtidos pela atividade empresarial em todo o mundo ficou concentrado em 0,001% das organizações.
O relatório também destaca desigualdades raciais na distribuição de riquezas e impactos ambientais causados pelos mais ricos. De acordo com o levantamento, "nos Estados Unidos, o patrimônio de uma família negra comum equivale a apenas 15,8% ao de uma família branca comum", enquanto "no Brasil, em média, o rendimento dos brancos é mais de 70% superior à renda de pessoas negras". Além disso, "o 1% mais rico do mundo emite tanto carbono quanto os dois terços mais pobres da humanidade".
A Oxfam sugere "três passos práticos" para a redução da desigualdade:
- "Revitalizar o Estado", destacando que "um Estado forte, dinâmico e eficaz é a melhor solução contra o poder das grandes empresas e uma solução para corrigir as falhas do mercado";
- "Regular as empresas", sugerindo que "os governos devem usar o seu poder para conter o poder descontrolado" das organizações;
- "Reinventar os negócios", apontando para a criação de "uma forma radicalmente diferente de fazer negócios". "Injetar propriedade e governança democráticas nas principais empresas não só poderia ajudar a combater as desigualdades em termos de riqueza, como também orientaria decisões de negócios que melhor refletissem as questões que são importantes para a sociedade", reflete a publicação.
Veja o relatório Desigualdade S.A. completo:
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