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TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Sucesso da transição energética começa com um forte planejamento energético nacional

Padrões atuais de investimento estão desproporcionalmente concentrados em economias avançadas e alguns grandes mercados emergentes

Por Asami Miketa*

11/01/2025 - 11:57 h
Imagem ilustrativa da imagem Sucesso da transição energética começa com um forte planejamento energético nacional
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Embora os investimentos globais relacionados à transição tenham atingido um recorde de US$ 2 trilhões em 2023, o mundo enfrenta um desafio crítico: os padrões atuais de investimento estão desproporcionalmente concentrados em economias avançadas e alguns grandes mercados emergentes como China, Índia e Brasil. Enquanto isso, grande parte do mundo em desenvolvimento recebe apenas 10% dos investimentos em transições energéticas. Esse desequilíbrio compromete não apenas o ritmo da transição energética, mas também a distribuição equitativa de seus benefícios.

Esse desequilíbrio ressalta a importância de fortes estruturas nacionais de planejamento energético – apoiadas por colaborações internacionais – que são universalmente críticas, mas prometem particularmente abordar os desafios de subinvestimento no Sul Global. Ao melhorar as condições favoráveis ao investimento em regiões que atualmente são subfinanciadas, essas estruturas têm o potencial de impulsionar um progresso significativo na aceleração da transição energética.

Para atingir isso, uma estrutura institucional bem estabelecida, juntamente com um processo de planejamento bem coordenado e transparente, é essencial. Essas estruturas permitem que os países criem estratégias de investimento robustas, abordem riscos potenciais, construam a confiança dos investidores e atraiam capital privado. Além disso, um bom alinhamento entre os processos de planejamento climático e energético aumenta a credibilidade dos resultados do planejamento, o que é essencial para desbloquear o financiamento climático. O Brasil, que ocupou a presidência do G20 em 2024, serve como um exemplo convincente do potencial transformador do planejamento energético de longo prazo. Ao implementar um processo abrangente de redução de riscos – que envolve governança eficaz do processo de planejamento, instrumentos financeiros e execução de projetos – o Brasil aumentou significativamente os investimentos em seu setor de energia renovável.

Durante as discussões do Grupo de Trabalho de Transição Energética do G20, o Brasil liderou o estabelecimento da Coalizão Global para Planejamento Energético (GCEP). Esta iniciativa visa aprimorar os esforços nacionais de planejamento globalmente, fomentando a colaboração internacional, construindo capacidade institucional e facilitando a troca de conhecimento. Esta abordagem busca capacitar os países, especialmente no Sul Global, a fortalecer suas capacidades de planejamento energético, a desenvolver e executar suas estratégias únicas e nacionalmente determinadas de transição energética.

O GCEP alavanca insights da Rede Global de Cenários de Energia de Longo Prazo (LTES) – uma rede de instituições nacionais de planejamento de energia em diferentes regiões e contextos de desenvolvimento. A rede LTES fornece suporte sustentável por meio de parcerias inclusivas e sabedoria coletiva. Ela promove a colaboração em todas as regiões – Norte a Norte, Norte a Sul, Sul a Sul e Sul a Norte – reunindo campeões do planejamento de energia para compartilhar conhecimentos, abordar desafios comuns e fortalecer seus processos de planejamento.

O sucesso da rede LTES é amplificado por parcerias com organizações-chave, incluindo a Agência Internacional de Energia Atômica, a Agência Internacional de Energia, o Banco Mundial e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Ao mesmo tempo, a colaboração com o Clean Energy Ministerial (CEM) aprofundou o engajamento dos membros. Com a orientação da Dinamarca e da Alemanha, o LTES se tornou um dos programas mais ativos e impactantes do CEM nos últimos seis anos.

Um dos principais tópicos dentro da rede LTES é como usar efetivamente processos de planejamento de energia de longo prazo para mobilizar financiamento. Por meio da coleta de vários exemplos do mundo real e conselhos de financiadores, a rede identificou três áreas principais onde o planejamento de energia eficaz pode dar suporte à mobilização de investimentos:

Crie condições favoráveis: o planejamento energético pode ajudar a elaborar regulamentações e políticas com visão de futuro, abordar possíveis gargalos na cadeia de valor e capacitar governos a tomar decisões informadas.

Atenda às necessidades dos investidores: os planos de longo prazo se tornam mais acessíveis aos financiadores quando também incluem planos de investimento de curto prazo e estratégias financeiras, envolvimento ativo com o setor financeiro e foco nos benefícios socioeconômicos.

Garantir credibilidade por meio de uma governança forte: os planos devem ser confiáveis, com comunicação clara para promover orientações políticas; com processos participativos para identificar riscos e aumentar o alinhamento entre as partes interessadas, incluindo estruturas de governança bem coordenadas para aumentar a confiança, a confiabilidade e a responsabilização dos planos.

Essas descobertas abordam diretamente as principais questões levantadas pelo GCEP, que explora o elo crítico entre planejamento e finanças. Outro foco principal do GCEP é agilizar os esforços internacionais de capacitação em planejamento energético, que há muito tempo é apoiado pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA).

Um exemplo notável do apoio da IRENA para melhor equipar os países com as ferramentas e estratégias para mobilizar a transição energética é sua colaboração com a Agência de Desenvolvimento da União Africana no desenvolvimento do Continental Power Sector Masterplan (CMP). A colaboração inclui um programa de capacitação que ajudou especialistas africanos em pools de energia a desenvolver capacidade institucional sustentável para preparar e manter o CMP.

Diversas abordagens no planejamento energético permitem que os países criem estruturas de planejamento adaptadas às suas circunstâncias únicas. Nesse sentido, os países são habilitados a tomar decisões informadas para moldar suas próprias transições energéticas, com base em dados robustos, metodologias sólidas e engajamento inclusivo das partes interessadas, em vez de usar soluções tecnológicas predefinidas que podem não ser adequadas para seus respectivos contextos.

Por meio do GCEP, esses princípios de governança e colaboração são elevados, reforçando a propriedade nacional e o planejamento inclusivo como pilares centrais da transição energética global. Além disso, o GCEP oferece uma plataforma mais ampla para os países se envolverem com uma ampla gama de iniciativas internacionais, destacando a importância de todas as iniciativas de planejamento energético para aprimorar o papel do planejamento energético como uma ferramenta para mobilizar investimentos na transição energética.

*Asami Miketa - Oficial Sênior de Programa, Planejamento de Investimentos do Setor de Energia, Centro de Inovação e Tecnologia, IRENA

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