ESG NA INDÚSTRIA
Sustentável, celulose inspira pesquisas e amplia mercado
Biodegradáveis e renováveis, fibras naturais têm potencial para substituir plásticos e outros materiais
Por Da Redação
O mercado global de celulose foi avaliado em US$ 18,0 bilhões em 2022 e está projetado para atingir US$ 27,3 bilhões até 2027, crescendo a uma taxa CAGR (Compound Annual Growth Rate) de 8,7% de 2022 a 2027.
A crescente demanda pelo mercado de celulose tem sido impulsionada por fatores como a elevação nos níveis de renda, a rápida urbanização e mudanças nas preferências do consumidor nas economias emergentes, baseadas na maior preocupação por soluções sustentáveis.
As embalagens plásticas, prejudiciais ao meio ambiente por não serem biodegradáveis, podem ser substituídas por embalagens à base de celulose, biodegradáveis e renováveis, além de ter custo de fabricação menor. Na indústria automobilística, por exemplo, os fabricantes automotivos tendem a desenvolver carros mais leves e as nanofibras de celulose derivadas da polpa de madeira reduzem o peso dos veículos, aumentando seu desempenho, e são ecológicos, além de ter baixo custo de produção.
As estruturas de celulose regenerada impressas em 3D têm aplicações potenciais em vários campos, como eletrônicos flexíveis, biomedicina, construção civil, roupas e embalagens de alimentos. Suas capacidades precisam ser exploradas combinando conhecimentos e habilidades em química, nanotecnologia e manufatura avançada. A celulose nativa é a encontrada na natureza. A celulose regenerada é obtida por meio do tratamento da celulose com solução alcalina, ou por meio da dissolução da celulose e posterior regeneração.
Agricultura
Pesquisadores do Laboratório de Materiais Poliméricos e Biossorventes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no interior de São Paulo, estão testando materiais à base de celulose para fertilizantes de maior eficiência para melhorar o fornecimento de nutrientes às culturas e reduzir a liberação de produtos químicos não biodegradáveis no ecossistema. A técnica consiste em usar a nanocelulose modificada para descarregar no solo os nutrientes contidos no fertilizante de forma lenta e controlada, já que o nitrogênio, o fósforo e o potássio são altamente solúveis.
“O potássio é rapidamente levado pela chuva devido à sua alta mobilidade iônica - é o mais difícil de liberar de maneira controlada", afirma a professora Roselena Faez, coordenadora do grupo de pesquisa da UFSCar. "O nitrogênio pode ser obtido de várias fontes, como nitratos, amônia e uréia, mas as plantas obtêm mais facilmente o nitrogênio de que precisam a partir do nitrato, que também é facilmente lavado e não permanece no solo por muito tempo.”
Os potenciais novos usos para a celulose estão mudando o perfil dos produtores mundiais do insumo. A Suzano, que há quatro anos incorporou a Fibria e é líder mundial no setor, por exemplo, quer ser vista como fornecedora de biomateriais, não como produtora de commodities. “Vamos causar impacto na sociedade com mais sustentabilidade e mais inovação”, afirma o presidente da Suzano, Walter Schalka.
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