POLÍTICAS AMBIENTAIS
Tratado tenta conter poluição causada por plásticos
Relatório da ONU estima que redução de 80% na poluição plástica evitaria US$ 3 tri em danos
Por Da Redação
Em uma recente reunião em Paris – a segunda de cinco “cúpulas de plástico” marcadas para até o final do próximo ano –, os governos do mundo concordaram em redigir um tratado para controlar o consumo de plásticos. Um relatório da ONU mostrou que tal iniciativa poderia reduzir a produção de poluição plástica em impressionantes 80% até 2040.
O primeiro tratado internacional de plásticos juridicamente vinculativo está sendo desenvolvido pelo Comitê Intergovernamental de Negociação (INC) sobre Poluição Plástica e tem a missão de ajudar a reduzir todos os tipos de poluição plástica, inclusive em ambientes marinhos. O plástico é um dos principais contribuintes para gases tóxicos que aquecem o planeta, e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) informa que a poluição pode “alterar habitats e processos naturais, reduzindo a capacidade dos ecossistemas de se adaptar às mudanças climáticas”.
Estima-se que, todos os anos, 430 milhões de toneladas de plástico são produzidas globalmente, dois terços das quais são de “vida curta” e, presumivelmente, de uso único. Segundo cálculos, se o uso de plástico continuar crescendo no ritmo atual, poderá dobrar até 2050. Além disso, a maior parte do plástico não pode ser reciclada e, à medida que se decompõe, cria microplásticos nocivos, que já foram encontrados em quase todas as regiões do planeta e até mesmo no corpo humano.
O relatório da ONU calcula que, nos próximos 20 anos, o corte proposto de 80% na poluição plástica evitaria danos no valor de US$ 3 trilhões, incluindo impactos na saúde humana, clima, poluição do ar, meio ambiente oceânico e custos legais para ações judiciais contra grandes fabricantes de plástico. O PNUMA acrescenta que a redução de 80% pode ser alcançada usando práticas comprovadas, como eliminar o plástico de uso único, garantir a reutilização e trocar o plástico por materiais sustentáveis e biodegradáveis.
Em um comunicado à imprensa, o diretor-executivo do PNUMA, Inger Andersen, afirmou que "o plástico tem sido a opção padrão no design por muito tempo" e que "é hora de redesenhar produtos para usar menos plástico, particularmente plásticos desnecessários e problemáticos, redesenhar embalagens e remessas de produtos para usar menos plástico, redesenhar sistemas e produtos para reutilização e reciclagem e redesenhar o sistema mais amplo de justiça".
Em um comunicado à imprensa separado, o vice-presidente de negócios e resíduos plásticos do WWF-EUA, Erin Simon, concordou, acrescentando que “o mundo está assistindo e a escolha é clara: é hora de capitalizar esse momento e moldar um futuro livre de poluição plástica".
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