ARREPENDIMENTO
Geddel lamenta rompimento com PT em 2010: “Maior erro”
Colbert não terá respaldo do MDB em Feira caso mantenha aliança com Zé Ronaldo, diz Geddel
O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) lamentou nesta segunda-feira, 3, o rompimento com o PT da Bahia em 2010. Hoje de volta a uma aliança com os petistas baianos, ele considera que a decisão de 13 anos atrás teria sido o maior erro de sua vida pública. A declaração foi dada durante entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM.
De acordo com ele, a discordância começou quando o PT decidiu lançar a candidatura do então deputado federal Walter Pinheiro para a prefeitura de Salvador, contra João Henrique (então no PMDB). Incomodado com a falta de apoio, Geddel lançou sua candidatura ao governo da Bahia em 2010, contra o governador Jaques Wagner (PT), antes seu aliado.
“Naquele momento, Jaques Wagner, que é um talento na política, meu amigo querido, era menor do que o PT — ele hoje é maior que o PT aqui no estado — e ele terminou permitindo que a candidatura de Walter Pinheiro, que era um quadro extremamente qualificado, fosse colocada, o que gerou aquele atrito entre PMDB e PT”, contou Geddel.
“Terminou gerando aquele desentendimento em 2010, que hoje eu olho como talvez o maior erro da minha vida pública, que foi aquela disputa em 2010. Eu podia ter sido um pouco mais tolerante e construído uma unidade. Mas o passado passou. E a gente deve aprender com ele”, continuou o ex-ministro.
O rompimento entre o MDB e o PT na Bahia durou 12 anos, entre 2010 e 2022, quando as duas siglas voltaram a se unir, em torno das candidaturas de Jerônimo Rodrigues (PT) e de Geraldo Jr. (MDB) a governador e vice no estado.
Apesar da relação ter sido reatada no âmbito estadual, os dois partidos continuam enfrentando problemas pontuais no estado. É o caso do prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB), que se recusou a apoiar Jerônimo nas eleições passadas e segue próximo do ex-mandatário feirense Zé Ronaldo (União Brasil).
Segundo Geddel, Colbert precisa apresentar um candidato emedebista para sua sucessão em Feira de Santana, rompendo sua aliança com Zé Ronaldo. Caso contrário, o atual prefeito não terá qualquer respaldo do partido em 2024.
“Colbert Martins é um filiado ao MDB, ainda que não tenha o controle do diretório municipal. É alguém que divergiu do partido, na condução do partido na eleição de Jerônimo Rodrigues, por uma questão local. Ele é uma figura que eu quero bem pessoalmente e não tenho nenhum problema de ordem pessoal com Colbert”, afirmou a liderança emedebista.
“Se ele apresentar um candidato do MDB, ele passa a ser um player. Se Colbert não tiver um candidato do MDB, preferir manter uma composição — que eu acho equivocada — com o ex-prefeito Zé Ronaldo, ele não terá nenhum tipo de respaldo do MDB”, garantiu Geddel.
Outro exemplo de prefeito emedebista que se recusou a apoiar Jerônimo é o de Rodrigo Hagge, de Itapetinga. Pré-candidato à reeleição, o mandatário estadual aguarda o apoio do governo do estado em 2024.
“O MDB tem a prefeitura de Itapetinga, município importante do sudoeste do estado. ‘Ah, mas não apoiou [Jerônimo]’. Esse argumento, eu não posso aceitar do PT. O PT e o governo, também acertadamente, estão buscando apoio do PP, do PSDB. Não vamos ficar olhando para trás se recebeu ou não apoio de um prefeito A, B ou C. É olhar para frente, para o futuro, para a construção de 2026 sobretudo, que é o que interessa ao MDB”, sinalizou.
O partido também aguarda apoio de Jerônimo em Vitória da Conquista, onde o MDB pretende lançar a vereadora Lúcia Rocha. “Pontua bem em pesquisa, é um nome respeitado, boa de voto e vai estar lá na disputa”, concluiu Geddel.
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