SONS DO TERREIRO MUNDO
Documentário do A TARDE sobre Blocos Afro terá exibição na TV
Intitulado ‘Sons do Terreiro Mundo’, a obra destaca as raízes culturais e religiosas dos Blocos Afro e Afoxés de Salvador
Por Vagner Ferreira
Com produção do Grupo A TARDE, o documentário "Sons do Terreiro Mundo" destaca a conexão entre os Blocos Afro e Afoxés de Salvador, tais como suas origens com as religiões de matriz africana, mais especificamente do Candomblé, ressaltando como a espiritualidade ancestral moldou, ao longo dos anos, o tradicional carnaval de rua da Bahia.
Lançado em fevereiro deste ano, durante a folia carnavalesca, que tinha como tema ‘Nossa energia é ancestral’, em homenagem aos 50 anos da presença dos blocos afro - como Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Olodum, Malê Debalê, Cortejo Afro e Banda Didá - nos circuitos, ‘Sons do Terreiro Mundo’ será exibida na TVE na próxima quarta-feira, 28, às 20h.
O documentário
A obra trata a ancestralidade como um dos pilares que sustentam a cultura que há décadas resiste e fortalece as tradições negras na Bahia. Para a Ouvidora Geral do Estado da Bahia e diretora do Ilê Aiyê, Arany Santana, “O terreiro foi um grande celeiro que deu margem à explosão aos Blocos Afro e de Afoxés”. Ela explica que os terreiros não apenas fomentaram o surgimento dos Blocos Afro, mas também colaboraram para a preservação e disseminação das tradições e práticas culturais que perpetuam nos dias atuais.
“Até hoje é assim. Os toques que se apresentam nas festas populares, nas festas de largo, nos carnavais, toda essa formação rítmica vem dos terreiros, desde a época do Pixinguinha. As batidas vêm dos terreiros. As pessoas sempre pesquisaram sobre o samba, que vem do candomblé também”, descreve o percussionista e pesquisador, Gabi Guedes, destacando que a música afro tem sido uma força transformadora ao longo da luta e da história.
O documentário ressalta ainda a importância do candomblé na criação de ritmos que ecoam pelo mundo, como o samba-reggae, desenvolvido pelo mestre Neguinho do Samba, que também criou a Didá - primeira banda de percussão formada só por mulheres negras do Brasil -, no intuito de destacar a influência dos ritmos africanos na formação de novas expressões culturais.
“Para além de ser uma banda feminina, nós também herdamos esse legado da ancestralidade. Não se pode dizer que não tem um paralelo entre os tambores de samba-reggae e os tambores do terreiro de candomblé. Nós usamos células de matriz africana dentro do nosso ritmo samba-reggae. Não há como não participar dessa conexão”, conta a diretora de projetos da Didá, Adriana Portela, reforçando que os tambores do grupo “ecoam os sons de matriz africana”.
No mais, o documentário contou também com depoimentos de representantes conectados à música percussiva e às tradições culturais de origem africana. Dentre os entrevistados, estavam: Alberto Pitta, Gabi Guedes, Alberto Pitta, Agnaldo Fonseca, James Martins e Nildinha Fonseca. O conteúdo completo se encontra também no canal do A TARDE Play no Youtube.
Conteúdo disponível no canal do A TARDE Play no Youtube:
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