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Construtoras moldam Salvador para além dos empreendimentos

Praças, requalificação de vias e melhoria passaram a compor o conjunto de contrapartidas urbanas oferecidas pelas empresas

Joana Lopo

Por Joana Lopo

31/08/2025 - 6:34 h
Transformado em bairro, o Aquarius é exemplo de contrapartida bem-sucedida em Salvador
Transformado em bairro, o Aquarius é exemplo de contrapartida bem-sucedida em Salvador -

Nos últimos anos, Salvador tem acompanhado um processo de transformação urbana marcado pelo crescimento imobiliário e pela ampliação de contrapartidas das construtoras, que alcançam o espaço público. Intervenções como requalificação de vias, instalação de calçadas acessíveis, melhorias na iluminação, áreas de convivência e equipamentos de lazer passaram a integrar os projetos imobiliários, contribuindo para modificar a paisagem da cidade e ampliar os espaços de uso coletivo.

Essas intervenções, embora nem sempre traduzidas em cifras publicamente divulgadas, movimentam montantes significativos e influenciam diretamente não apenas a valorização dos imóveis, mas também o cotidiano das comunidades. Ao investir em infraestrutura urbana, as construtoras criam condições que atraem novos moradores, favorecem a circulação de pessoas e dinamizam a economia local. Trata-se, portanto, de uma engrenagem que conecta o setor imobiliário ao planejamento urbano de forma cada vez mais orgânica.

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O presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), Cláudio Cunha, explica que esse tipo de atuação já faz parte da identidade das empresas associadas. Para ele, as contrapartidas não são apenas complementos, mas elementos centrais na concepção dos projetos.

“O projeto Horto Boulevard é um exemplo claro dos benefícios que os empreendedores realizam nos bairros onde atuam. São intervenções que criam praças, áreas de convivência, espaços pet e hortas urbanas, promovendo o convívio social e estimulando a circulação de pedestres. Esse conjunto de ações, aliado às práticas de sustentabilidade, melhora o entorno e valoriza os imóveis”, ressalta Cunha.

Segundo ele, iniciativas semelhantes se espalham por outros bairros da capital. “Podemos citar Pituba Ville, Alto do Parque, Aquarius, Itaigara, além do Largo da Vitória e, claro, o Horto Boulevard. Todos os nossos associados entendem que a integração com o bairro é essencial, seja em empreendimentos residenciais, seja nos comerciais. São investimentos significativos, que garantem retorno em qualificação, bem-estar e contribuição com a cidade”, reforça.

O presidente da Ademi destaca ainda que esse compromisso deixou de ser uma prática isolada e se tornou uma espécie de valor institucionalizado no setor. “Temos como convicção a responsabilidade social e a sustentabilidade, independentemente do padrão ou da tipologia do empreendimento. Essa é uma postura consolidada, que conecta o desenvolvimento imobiliário com a transformação urbana de Salvador e da região metropolitana”, conclui.

OR: oito décadas de urbanização

Entre as empresas que incorporaram essa lógica ao seu modelo de negócios está a OR. A incorporadora, com mais de 80 anos de atuação no mercado nacional, construiu sua trajetória em torno de um diferencial: a urbanização das áreas onde implanta seus empreendimentos.

O diretor superintendente da OR na Bahia, Daniel Sampaio, ressalta que cada novo projeto é acompanhado de estudos de impacto no bairro, para que as contrapartidas possam responder às demandas locais. “A atuação da OR não se restringe à implantação de empreendimentos. Nossos projetos estão alinhados às práticas ESG, o que significa considerar a sustentabilidade, a governança e os benefícios que podem ser deixados para a cidade e para as comunidades vizinhas”, conta.

Um dos exemplos mais emblemáticos dessa atuação, segundo ele, está no Horto Florestal. Desde 1998, a empresa desenvolveu projetos que marcaram a verticalização do bairro, como Chácara Suíça, Bosque Itália e Reserva Albalonga. Mais recentemente, o residencial Monvert tornou-se referência em sustentabilidade, conquistando certificação internacional e promovendo ações concretas no entorno, como a entrega da Praça Estácio Gonzaga e o plantio de mais de 1,6 mil mudas. Para Sampaio, esses aportes vão além do impacto imediato: “As contrapartidas geram benefícios tangíveis, como novos espaços verdes, e intangíveis, como a valorização da paisagem urbana e o fortalecimento da vida comunitária”, destaca Sampaio.

Ele conta, ainda, que outro eixo fundamental da atuação da OR está no Caminho das Árvores - bairro que teve seu loteamento inicial feito pela própria empresa. No bairro, nasceram projetos que se tornaram ícones do mercado, como o Salvador Trade Center, o Boulevard Side Empresarial e o Mundo Plaza. Atualmente, a companhia ergue o Legacy, que segundo o superintendente, foi reconhecido internacionalmente como o maior arranha-céu residencial das Américas. “Nosso compromisso é que cada empreendimento deixe um legado. Significa gerar empregos, valorizar bairros, preservar o meio ambiente e criar espaços que melhorem a vida da cidade como um todo”.

Legacy é tido como o maior arranha-céu residencial das Américas
Legacy é tido como o maior arranha-céu residencial das Américas | Foto: Divulgação

A diversidade geográfica dos investimentos da OR amplia ainda mais seu impacto. Em Sauípe, foi entregue o Reserva Sauípe, condomínio integrado ao complexo turístico; em Camaçari, o Terra Dourada Parque trouxe infraestrutura completa de lazer e convivência; em bairros como Patamares, Jaguaribe, Corredor da Vitória e Paralela, empreendimentos foram acompanhados de melhorias em acessibilidade, drenagem e paisagismo.

Mais recentemente, no Rio Vermelho, a empresa destinou mais de R$ 4 milhões para requalificação urbana em áreas como a Rua do Mirante, a Rua Barro Vermelho e a Praia do Buracão. O pacote de intervenções incluiu acessibilidade, iluminação, segurança, paisagismo, posto salva-vidas e até um deck de uso público. “São ações que ultrapassam os limites do empreendimento e contribuem para dinamizar a economia local e fortalecer a vida urbana”, conclui Sampaio.

Novos eixos de valorização

Outra empresa que tem marcado presença com contrapartidas urbanísticas é o Grupo André Guimarães. A gerente geral de incorporações, Nicole Luz, lembra que esse compromisso está presente desde os primeiros projetos. “Em 1999, lançamos o Residencial Aquarius, consolidando o bairro como vetor de crescimento imobiliário. Mais recentemente, investimos em Jaguaribe, com o lançamento do Nouvelle Bossa, reconhecido no Prêmio Ademi 2025 como lançamento do ano. Atuamos em regiões onde havia pouco interesse imobiliário, contribuindo para criar novos eixos de valorização”, ressalta.

Segundo Nicole, o volume de investimento varia conforme a tipologia do projeto. Loteamentos, por exemplo, demandam aportes expressivos. “Nos Cidadelles, no Sul da Bahia, além da implantação dos condomínios de lotes, incluímos equipamentos como supermercados, estruturando novos polos imobiliários”, exemplifica.

A estratégia, segundo ela, está diretamente ligada ao conceito de cidade sustentável. “Quando se oferece não apenas moradia, mas também infraestrutura urbana de qualidade, o retorno é imediato: a região atrai novos moradores, valoriza os terrenos e impulsiona negócios locais”, pontua.

Contrapartidas como diferencial competitivo

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA) acompanha de perto esse movimento. Para o diretor de Relações Institucionais, Pedro Henrique Marques do Aragão, as contrapartidas urbanas já se consolidaram como fator de decisão para investidores e compradores.

“O mercado imobiliário cresce em duas frentes: uma voltada às áreas históricas, como Cidade Baixa, Pelourinho e Rua Chile, e outra no Litoral Norte, em localidades como Guarajuba, Praia do Forte e Baixio. Nos dois casos, os empreendimentos são acompanhados por melhorias urbanísticas que valorizam os imóveis e atraem novos negócios”, observa Aragão.

Ele destaca ainda que tais intervenções vão muito além da estética. “São ações que envolvem iluminação pública, equipamentos de segurança, apoio ao transporte coletivo, praças de lazer, áreas de ginástica, paisagismo, espaços pet, calçadões acessíveis e ciclofaixas. Esses elementos impactam diretamente na segurança, na mobilidade e no bem-estar, aspectos que influenciam na decisão de compra ou locação”, completa.

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