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DE VOLTA PARA O FUTURO

Imóvel do futuro será inteligente, verde e adaptado

Casas e condomínios se transformam com tecnologia, autossuficiência e famílias cada vez menores

Madson Souza

Por Madson Souza

31/08/2025 - 9:18 h
Condomínio Cedro Horto: reaproveitamento de água pluvial garante acesso ao IPTU Verde
Condomínio Cedro Horto: reaproveitamento de água pluvial garante acesso ao IPTU Verde -

Cada vez mais próximo de filmes de ficção científica, como De Volta para o Futuro, o imóvel do futuro é conectado, sustentável e abriga famílias cada vez menores, como apontam pesquisas da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (ADEMI-BA), Brain Inteligência Estratégica, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Temas como tecnologia, sustentabilidade e as mudanças na demografia da Bahia já são debatidos intensamente pela sociedade e devem seguir pautando o mercado imobiliário a curto, médio e longo prazo.

Conforme pesquisa publicada pela Brain neste ano, 57% dos respondentes da região Nordeste do país afirmaram que práticas ambientais, sociais e de governança saudáveis influenciam sua confiança na compra de imóveis. Ou seja, construções com uso de materiais ecológicos e tecnologias que minimizem o desperdício em conjunto com projetos que contem com painéis solares, sistemas de reaproveitamento de água, e outras ações “verdes” são cada vez mais quistos.

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Preocupações como essas podem parecer apenas uma gota d’água num oceano de desafios ambientais, mas não são, como explica a professora do curso de urbanismo da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e especialista em gestão ambiental e recursos hídricos, Lirandina Gomes. “Os impactos dessas ações sustentáveis são muito positivos para o meio ambiente, já que contribuem para minimizar a emissão de gases de efeito estufa, redução da geração de resíduos, conservação de recursos naturais, consumo eficiente de água e outros”, aponta.

Lirandina reforça que com esse movimento de desenvolvimento da pauta da sustentabilidade no país e no mundo é esperado que esses imóveis se tornem mais acessíveis para diferentes classes sociais. “Atualmente eles têm maior valor de mercado e clientes de classes de maior nível de renda”, comenta. O movimento rumo à sustentabilidade vem sendo incentivado por iniciativas como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) Verde, que é um incentivo fiscal oferecido em Salvador para imóveis que adotam práticas sustentáveis. No condomínio Cedro Horto, por exemplo, esses abatimentos nos impostos acontecem por conta dos painéis solares que são usados para alimentar as áreas comuns e a captação da água da chuva, que é usada para irrigar os jardins e alimentar o lago ornamental

A preocupação com o meio ambiente no setor imobiliário é um foco de interesse também da Ademi–BA que ainda neste ano vai realizar o 16º Fórum de Sustentabilidade. Para o presidente da instituição, Cláudio Cunha, o próximo desafio com relação aos cuidados com a natureza são os condomínios autossustentáveis, que produzem sua própria energia e água, além da criação da infraestrutura para veículos elétricos.

Porém, o imóvel do futuro envolve outras questões além de sustentabilidade e autossuficiência para o presidente da Ademi-BA, que inclui pontos como tecnologia, flexibilidade dos espaços com ambientes multifuncionais, possibilidade de ligação com a natureza, entre outros. “O imóvel do futuro será aquele que atender às transformações sociais, tecnológicas e ambientais que já estamos vivendo. O imóvel não será apenas um espaço físico para morar ou trabalhar, mas um ambiente inteligente, sustentável e flexível, capaz de se adaptar às diferentes fases da vida e às novas formas de viver”, afirma Cláudio.

Conectividade em condomínios

Dados do IBGE indicam que o cenário é cada vez mais propício para a conectividade dentro dos lares. Na Bahia, 9 em cada 10 pessoas de 10 anos ou mais usaram a internet em 2024, enquanto em todo o país, no mesmo ano, 84,3% dos domicílios possuem conexão Wi-Fi - ambos os dados foram divulgados pelo IBGE. A expectativa para o imóvel do futuro é que ele seja conectado de forma mais eficiente com a cidade ao seu redor, indica o professor da Wyden e engenheiro de IA em sistemas avançados de produção, Roney Camargo Malaguti.

Nesse processo, os prédios 4.0 são vistos como um passo importante. “São uma evolução das casas inteligentes e mostram como a tecnologia pode transformar a forma como vivemos em comunidades. Nessas edificações, tudo é pensado para ser mais integrado e conectado. A iluminação, a climatização e até o uso de energia podem ser controlados de forma centralizada e automática, trazendo mais conforto e eficiência”. Entre as tecnologias já comuns nos ambientes residenciais estão assistentes virtuais, dispositivos de segurança, como as fechaduras eletrônicas e eletrodomésticos conectados. Apesar da praticidade, geram debate quanto à privacidade dos moradores e ao uso de seus dados pessoais.

“O grande ponto de atenção é garantir que esses dados não sejam acessados por pessoas não autorizadas e que as empresas que fornecem esses serviços tenham políticas claras de proteção e uso das informações. Há um avanço importante na adoção de criptografia, autenticações mais seguras e atualizações frequentes para corrigir falhas, mas a consciência do usuário também é fundamental”, indica Roney Camargo.

Reorganização familiar

Entre a preocupação com a sustentabilidade e tecnologias cada vez mais conectadas, uma das mudanças mais pungentes que estamos vivendo com relação à habitação na Bahia é sobre as famílias que vivem nesses locais. O Censo de 2022 do IBGE indicou uma redução da taxa de fecundidade da população baiana, que saiu de 2,4 filhos por mulher no ano 2000, para 1,7 filhos em 2010, e alcançou 1,55 filhos em 2022.

Somado a isso o Censo 2022 mostra que cresce o número de casais sem filhos e pessoas morando sozinhas. “O Censo mostra que temos visto uma diminuição dessas famílias, com menos pessoas por domicílio. Embora os arranjos mais tradicionais, casais com filhos, ainda sejam majoritários, mas o que cresce em termos de participação são casais sem filhos, que já são quase um em cada cinco famílias, e os domicílios de uma pessoa só, que também são quase um a cada cinco. Se somarmos casais sem filhos e pessoas morando sozinhas, já temos quatro em cada dez domicílios com essa composição no estado”, pontua.

Esse movimento populacional já se vê presente no mercado imobiliário. O número de domicílios na Bahia cresceu em 35,7%, entre 2010 e 2022, um total de 1.809.235 residências a mais que as registradas no último recenseamento, de acordo com o IBGE. Com aumento dos domicílios ocupados, em um ritmo que supera o do crescimento populacional, a Bahia teve diminuição na média de moradores por residências: até 2010 era de 3,4 e agora passou para 2,8.

Outra estatística que reforça isso é a queda do mercado de empreendimentos horizontais, que teve um recuo de 47%, enquanto o mercado vertical cresceu em 6,25% em comparação com 2023, em termos de empreendimentos lançados - indicam dados da Brain Inteligência Estratégica. O dado de 2024 reflete a preferência dos consumidores por imóveis verticais. “Essa verticalização é também uma resposta a essa mudança de perfil, esse enxugamento das famílias, que não precisam mais de tanto espaço por não terem crianças”, afirma Mariana.

O imóvel do futuro é conectado, sustentável e abriga famílias cada vez menores, mas também é uma caixinha de surpresa que se adequa às constantes e cada vez mais rápidas transformações da sociedade.

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