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A TARDE AGRO

Agronegócio baiano mantém ritmo de crescimento em 2025

Impulsionada pelos grãos e pela fruticultura, a safra 2024/25 deve ocupar cerca de 3,9 milhões de hectares

Por Venicius Rodrigues*

07/07/2025 - 5:40 h
Foto de produção de soja
Foto de produção de soja -

O agronegócio baiano segue em trajetória de crescimento em 2025, sustentado principalmente pela força das lavouras de grãos e da fruticultura irrigada. Cadeias produtivas como soja, milho, algodão, uva e manga continuam impulsionando a economia rural do estado, com destaque para regiões como o oeste baiano e o semiárido, onde avanços tecnológicos e expansão da área plantada têm garantido produtividade e competitividade. Segundo estimativas da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), a safra 2024/25 deve ocupar cerca de 3,9 milhões de hectares, o que representa um aumento de 4,5% em relação ao ciclo anterior.

Com resultados positivos acumulados nos últimos anos, a expectativa é de que a Bahia mantenha um desempenho acima da média nacional em 2025. Dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), indicam que o agronegócio representou 23,5% do PIB baiano até o terceiro trimestre de 2024, chegando a 26,5% naquele período, contra 19,8% no mesmo intervalo de 2023. A produção voltada tanto para o mercado interno quanto para exportação tem movimentado cooperativas, associações e produtores de diferentes perfis, reforçando o papel estratégico do estado no cenário agropecuário brasileiro.

A participação do setor agropecuário na economia baiana se mantém relevante em 2025, de acordo com Assis Pinheiro Filho, diretor de Desenvolvimento da Agricultura da Seagri. No primeiro trimestre do ano, o setor totalizou R$ 19,8 bilhões em Produto Interno Bruto (PIB), o que representa 14,3% da economia estadual no período.

Apesar de uma leve retração no valor real do PIB agropecuário em 2024 — causada por uma queda de 7,3% na safra de grãos — o crescimento nominal elevou sua participação no PIB estadual, que chegou a R$ 108,8 bilhões no ano passado. Para 2025, a expectativa é de avanço no Valor Bruto da Produção (VBP), impulsionado por fatores como a diversificação produtiva, a expansão dos mercados internacionais e o aumento nos preços.

A Bahia se destaca por sua variedade de cadeias produtivas e vocações regionais. No oeste, grãos como soja, milho e algodão seguem como carro-chefe. A fruticultura irrigada avança no semiárido, enquanto o litoral norte lidera na produção de laranja, e o limão ganha espaço no Recôncavo e no Baixio de Irecê. No sul e sudoeste, o cacau mantém sua relevância, assim como o café no Planalto da Conquista e em áreas do oeste. A Chapada Diamantina vem se destacando na produção de uvas para vinhos finos e frutas de clima temperado.

Além disso, atividades como a bovinocultura de corte e a aquicultura, com apoio da Bahia Pesca, também contribuem para a diversidade do setor. Assis destaca que desafios como mudanças climáticas, logística e demanda por mão de obra qualificada exigem estratégias contínuas de adaptação, mas o estado tem buscado respostas por meio de investimentos em irrigação, manejo de solo e programas de capacitação.

A fruticultura irrigada é outro motor importante para a economia rural da Bahia, especialmente em regiões como o semiárido e o Vale do São Francisco. A combinação de clima favorável, disponibilidade de água em algumas áreas e investimentos em tecnologia tem permitido ampliar a produtividade de frutas como manga, uva, laranja, limão e banana.

Agronegócio baiano mantém ritmo de crescimento em 2025 com força dos grãos e da fruticultura
Agronegócio baiano mantém ritmo de crescimento em 2025 com força dos grãos e da fruticultura | Foto: Divulgação | Seagri-Ba

Made in Bahia

Além de movimentar o mercado interno, parte significativa da produção é voltada para exportação, especialmente para mercados da Europa e América do Norte. No entanto, o cenário positivo convive com desafios, como o custo elevado de produção, variações climáticas e entraves no acesso ao crédito

Apesar dos bons resultados com o citrus, o produtor Nelson Júnior destaca desafios que impactam diretamente a viabilidade da fruticultura irrigada. “O custo de produção tem aumentado bastante, principalmente com mão de obra e insumos. O clima é muito instável, com anos bons e outros ruins”, afirma.

Para contornar essas dificuldades, ele aposta em capacitação e inovação no campo: “Temos apoio do Senar, com cursos, treinamentos e assistência técnica. Produzimos insumos de controle biológico on farm, entre outras iniciativas”. Nelson também reforça o papel social da atividade e defende mais incentivos: “A fruticultura é uma cultura muito social, que emprega bastante, e a tendência é de crescimento”, afirma.

Além da perspectiva dos produtores e do governo estadual, entidades representativas do setor também enxergam um cenário promissor. Humberto Miranda, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), reforça o cenário de otimismo para o agronegócio baiano neste ano. Segundo a entidade, a diversidade de biomas e a aplicação intensiva de ciência e tecnologia têm sido fundamentais para manter a competitividade no campo, com destaque para grãos, frutas e pecuária.

Emprego e renda

“O agronegócio baiano é altamente dinâmico e tem gerado boas oportunidades de emprego e renda não só dentro das porteiras, mas para além delas. Respondemos sozinhos por quase 1/3 do PIB do estado com grande potencial de crescimento”, afirma. Ele também destaca o crescimento de 1,4% no PIB do setor no primeiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente pela elevação nos preços de produtos agropecuários como soja, café e laranja.

Além dos bons indicadores econômicos, a Faeb chama atenção para os desafios que ainda travam o pleno desenvolvimento do setor. A infraestrutura logística deficitária, especialmente no que diz respeito às rodovias e à falta de diversificação dos modais de transporte, representa um gargalo para o escoamento da produção.

“A Bahia possui uma infraestrutura logística deficitária em relação não só às estradas, mas também às ferrovias, aeroportos, portos e armazenagem, o que prejudica a competitividade de todos os setores econômicos”, pontua Humberto, que defende investimentos em ferrovias como a Fiol e melhores condições das estradas vicinais.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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