A TARDE AGRO
Café da Chapada conquista registro de Indicação Geográfica
Selo garante competitividade no mercado interno e externo
Por Daniel Araujo*
O tradicional café cultivado na Chapada Diamantina recebeu no último dia 15 pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o tão aguardado reconhecimento da Indicação Geográfica (IG). Esse registro valoriza o café produzido em 24 municípios da região, e reforça o vínculo da cafeicultura com a cultura da região. Com a conquista, os produtores da Chapada ganham um certificado oficial que atesta a procedência e a autenticidade do produto, garantindo competitividade no mercado nacional e internacional.
Esse registro tem grande importância no reconhecimento da produção de café como uma atividade que faz parte da identidade daquele local, inclusive para pessoas de fora da comunidade. “A IG fortalece a identidade e a cultura local, promovendo um maior envolvimento da comunidade com a cadeia produtiva do café, fortalecendo, inclusive, o interesse de pessoas para conhecer a região, fomentando o turismo de experiência”, afirma Edirlan Souza, gerente regional do Sebrae em Irecê.
Para a cafeicultora e presidente da Associação Aliança dos Cafeicultores da Chapada Diamantina, Tadeane Matos, a conquista do Selo da IG representa o reconhecimento da qualidade e a possibilidade da produção da Chapada alcançar outros mercados. “Nossos cafés já são conhecidos como cafés de excelência, mas agora teremos o diploma, a certificação de que realmente os cafés produzidos na Chapada Diamantina é um dos melhores do mundo. Com esse selo, estaremos alcançando novos mercados, principalmente o mercado internacional”, defende.
‘Futuro promissor’
“Com o reconhecimento da IG, o café da Chapada Diamantina tem um futuro promissor tanto no mercado nacional quanto internacional. No mercado internacional, a IG pode abrir portas para novos mercados e parcerias, posicionando o café da Chapada Diamantina como um produto de qualidade e competitivo ao lado de outros cafés renomados mundialmente”, reforça Amanda Teixeira, gestora do projeto de cafés especiais do Sebrae Irecê.
A conquista da Indicação Geográfica é um marco, mas representa apenas o começo de uma nova fase de valorização da cafeicultura da região. “Além disso (IG), pretendemos intensificar o uso de tecnologias para a rastreabilidade e certificação, além de promover ações para fortalecer o associativismo e a governança local. Essas ações visam garantir que os produtores mantenham a qualidade e o prestígio dos cafés especiais e aproveitem ao máximo o potencial de mercado que a IG oferece”, revela Edirlan.
O processo de obtenção da Indicação Geográfica foi desafiador em vários aspectos. “Um dos principais desafios foi a organização e união dos produtores, que precisavam entender a importância de padronizar a produção e garantir a qualidade do café em toda a região. Também houve a necessidade de investir em pesquisa e desenvolvimento para comprovar cientificamente as características únicas do café da Chapada Diamantina, que envolveu instituições parceiras", relata Edirlan.
Além do suporte do Sebrae, a obtenção da Indicação Geográfica foi resultado de um trabalho coletivo que envolveu prefeituras, técnicos, produtores e instituições como a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Para os produtores o processo também foi desafiador, mas valeu a pena. “Quando recebemos a notícia sobre o deferimento do selo de certificação geográfica IG da Chapada Diamantina, foi muito emocionante, porque foi um trabalho que começamos em 2018 com essa iniciativa, com as parcerias, um projeto que durou seis anos, então quando saiu esse selo, é de soltar muito fogos, porque esse selo vai dar a visibilidade que a nossa região precisa”, conta Tadeane.
* Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló
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