A TARDE AGRO
Energia solar impulsiona agronegócio baiano e garante competitividade ao setor
Mais de 324 mil propriedades são abastecidas pela tecnologia

Por Laura Pita*

O uso de energia solar no campo tem se tornado um aliado estratégico para o agronegócio brasileiro, reduzindo custos, garantindo segurança energética e fortalecendo a competitividade do setor.
Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), atualmente mais de 324 mil propriedades rurais são abastecidas pela tecnologia fotovoltaica no Brasil.
Na Bahia, os investimentos acumulados em geração própria de energia solar já ultrapassam R$ 9,6 bilhões.
Na prática, a tecnologia funciona por meio de painéis que convertem a luz do sol em eletricidade, a partir de células que emitem elétrons ao serem expostos à radiação solar.
Antes da instalação desses painéis, é preciso diagnosticar o perfil de consumo de energia elétrica, identificar sazonalidades, picos de demanda de consumo e avaliar o local.
Existem no Brasil mais de 324 mil propriedades rurais abastecidas pela tecnologia instalação – como a presença de sombreamentos e áreas disponíveis.
“Todos esses pontos sempre devem ser discutidos entre a empresa responsável pela instalação e o cliente”, explica Santiago Gonzalez, coordenador estadual da Absolar na Bahia.
Fonte limpa
Por ser uma fonte renovável e limpa, a energia solar contribui diretamente para a sustentabilidade no campo.
Esse fator levou a SLC Agrícola, produtora de commodities agrícolas, a instalar 22 usinas fotovoltaicas em 14 fazendas do grupo, distribuídas em seis estados, incluindo a Bahia.
“Nossa meta pública é ser escopo 1 e 2 neutro até 2030 – a energia elétrica entra no escopo 2”, afirma Álvaro Dilli, diretor de Recursos Humanos, Sustentabilidade e TI da empresa.
A meta se refere à neutralização das emissões de carbono (CO2), em especial as do escopo 2, que incluem a energia elétrica adquirida para uso próprio.
Além dos benefícios ambientais, a tecnologia também apresenta retorno financeiro rápido. “Na Bahia hoje, o produtor que realiza esse investimento numa solução de energia renovável com sistemas de armazenamento tem um retorno de payback (do valor aplicado) de algo próximo a três anos, sendo um ótimo investimento, já que o sistema tem vida útil superior a 20 ano”, explica Santiago.
Para o gerente de Demandas Energéticas da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Iortenes Passos, os ganhos financeiros e as vantagens para a sustentabilidade se complementam. “O produtor rural baiano consegue reduzir significativamente sua conta de energia, ter previsibilidade de custos e maior autonomia energética. Isso traz mais produtividade e fortalece a imagem de sustentabilidade perante o mercado”, afirma.
Outro impacto positivo é a competitividade do agronegócio baiano. “Com o aumento da capacidade energética, os produtores conseguem ampliar sua produção e se equiparar a outros estados, aproveitando a vantagem natural da Bahia, que possui um dos maiores índices de radiação solar do país”, ressalta Iortenes.
Para que o investimento traga os melhores resultados, Santiago alerta que a escolha de fornecedores qualificados é etapa essencial. “É importante o responsável pela propriedade rural pesquisar profundamente o fornecedores, também chamados de integradores, e se assegurar de contratar companhias com histórico favorável de atendimento e profissionais devidamente capacitados, como engenheiros com registro no Crea e técnicos qualificados”.
Santiago destaca ainda que a expansão da energia solar no campo representa um novo horizonte para o setor. “O crescimento da geração própria de energia solar fortalece a sustentabilidade do agronegócio, amplia o protagonismo brasileiro, alivia o orçamento das famílias na agricultura familiar e aumenta a competitividade dos produtos nacionais. Uma verdadeira alavanca para o desenvolvimento do País”.
* SOB A SUPERVISÃO DO EDITOR FÁBIO BITTENCOURT
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