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AGRONEGÓCIO

Produção de soja na Bahia bate mais um recorde

Previsão é de que a safra 2022/23 seja de 8 milhões de ton., 8,6% maior

Por Júlia Isabela*

29/05/2023 - 5:50 h
A Bahia também continua como o estado com maior produtividade no âmbito nacional
A Bahia também continua como o estado com maior produtividade no âmbito nacional -

A produção de soja do estado da Bahia vem apresentando expansão ao longo dos últimos anos, batendo sucessivos recordes. Com cerca de 99% da safra de soja colhida na safra 2022/23, a estimativa da produção, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é de 8 milhões de toneladas. Se a expectativa se confirmar, o aumento será de 8,6% em relação ao total da safra 2021/22.

A Bahia também continua como o estado com maior produtividade no âmbito nacional. Segundo a Conab, isso ocorre desde a safra 2020/21 e, na safra atual, a produtividade terá um acréscimo de 4,5% em relação ao ciclo anterior, alcançando os 4.020 kg por hectare (67 sacas/hectare), o que representa a melhor média do Brasil.

O superintendente de Política do Agronegócio da Seagri, Claudemir Nonato, explica os motivos que favorecem a produção de soja na Bahia:

“Dados da Conab situam a Bahia como um dos mais importantes estados produtores de soja no Brasil, ocupando a sétima posição no ranking nacional. Isto ocorre devido às condições de solo e clima da região que favorecem a cultura, com estações bem definidas, topografia plana, índices pluviométricos satisfatórios e uma extensa bacia hidrográfica com rios perenes sobre o aquífero Urucuia, o que potencializa a irrigação, aliado ao profissionalismo dos produtores, e ao crescente investimento em tecnologia”.

Área e produtividade

Já Luiz Stahlke, gerente de Infraestrutura da Aiba, revela que dois fatores foram importantes para explicar o aumento de 8,6% na produção da safra atual em relação a anterior, primeiro a área plantada, que foi 4,5% maior e em segundo lugar, a manutenção da melhor média de produtividade já alcançada no oeste baiano, que também corresponde a maior média nacional.

“Precisamos salientar que o clima favoreceu o início dos plantio e boa parte do desenvolvimento, e a tecnologia empregada com ótima fertilidade dos solos, sementes de qualidade e manejo são determinantes”, completa Stahlke.

Claudemir Nonato destaca também que, além do clima favorável, com chuvas bem distribuídas, o que também influenciou nos bons números de produtividade foi o alto investimento feito pelos produtores rurais baianos em tecnologia, manejo, fertilização de solo e controle sanitário. Assim, a soja colhida apresenta boa qualidade.

“Essa média (de produtividade) é a maior do Brasil resumidamente devido aos meio das tecnologias empregadas no cultivo e também devido ao relevo plano. Hoje, segundo a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), cerca de 90% das áreas são de plantio direto e o grande segredo é a cobertura, cuja palhada melhora a qualidade do nosso solo. Isso faz a diferença aqui na Bahia. Além disso, nos últimos anos a chuva tem sido muito generosa no período entre outubro e abril”, diz o superintendente de Política do Agronegócio da Seagri.

Ainda segundo Nonato, a produção da soja é feita a partir de várias etapas, como o planejamento agrícola, preparo, semeadura, manejo, colheita, beneficiamento do grão e armazenamento. Assim, planejamento, tecnologia e controle são palavras chaves no processo.

Luiz Stahlke também pontua o papel do avanço das tecnologias como fundamental para o desenvolvimento das culturas no estado.

“Estamos em uma região de emprego de alta tecnologia, as técnicas empregadas desde o trabalho de fertilidade do solo, como o sistema de plantio direto que traz o incremento de matéria orgânica pelo uso de culturas de cobertura com a Brachiaria (planta que ajuda na estruturação do solo), sementes de qualidade e o que há de mais moderno em máquinas. A região tem clima definido, com apenas uma safra no ano, precisamos acertar em todas as fases da cultura”, diz o gerente de Infraestrutura da Aiba.

Carro-chefe do oeste

“A soja é o carro chefe da produção agrícola do oeste da Bahia, ocupando mais de 65% da área total cultivada na região, com ênfase para os município de Formosa do Rio Preto, São Desidério, Barreiras, Correntina, Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves, Jaborandi, Cocos, Baianópolis, entre outras”, aponta Claudemir Nonato.

O superintendente diz ainda acreditar que o estado deve continuar batendo recordes e expandindo a produção de soja nos próximos anos, já que os produtores estão cada vez mais comprometidos e um exemplo disso é a A Bahia Farm Show, a maior feira de tecnologia do Norte e Nordeste, estando entre os três principais eventos do Brasil. Ele pontua que a feira se tornou uma vitrine de expansão do agronegócio, atraindo visitantes e expositores de todo o país e do mundo. Esse ano o evento será realizado em Luís Eduardo Magalhães, e ocorrer entre 6 a 10 de junho.

Luiz Stahlke segue na mesma linha de pensamento: “Esperamos continuar crescendo em novas áreas, cerca de 4% ao ano e, com o clima favorável aliado ao manejo ideal, devemos sim continuar batendo recordes”.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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