AMAB EM FOCO
Revolução da Inteligência Artificial no Judiciário: Futuro da Justiça
Confira a coluna Amab Em Foco
Por Rodrigo Britto*
A inteligência artificial (IA) vem transformando diversas áreas da sociedade, e o judiciário não é exceção. Embora a aplicação dessa tecnologia no setor jurídico ainda cause certo ceticismo, os benefícios já visíveis indicam um futuro promissor para a justiça mais rápida, eficiente e acessível.
Esse é um dos importantes temas em debate no Iª Congresso Regional da AMAB, promovido pela Associação dos Magistrados da Bahia e Escola de Magistrados da Bahia (EMAB), realizado dias 13 e hoje 14 de junho, no Município de Vitória da Conquista-BA.
O uso de IA no Poder Judiciário enfrenta desafios consideráveis, incluindo a resistência a mudanças e preocupações com a imparcialidade e segurança dos dados. No entanto, ao focar nos benefícios, torna-se evidente o potencial transformador da tecnologia.
Um dos principais proveitos é a aceleração dos processos. Atualmente, a sobrecarga de demandas nos tribunais resulta em atrasos significativos. A IA pode analisar documentos, identificar informações relevantes e até prever resultados com base em precedentes, reduzindo o tempo necessário para a resolução de casos. Ferramentas de IA são capazes de revisar vastos volumes de dados em um curto período, permitindo que juízes e advogados tomem decisões mais informadas e rápidas.
Diversos países já vêm desenvolvendo sistemas de IA com sucesso. Na Estônia, um juiz virtual é responsável por resolver disputas menores, enquanto na China, tribunais inteiros utilizam IA para ajudar na tomada de decisões. No Brasil, iniciativas como o "Projeto Sinapses", do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostram resultados promissores, com a utilização de algoritmos para otimizar a gestão processual.
É importante ressaltar que a IA não substitui juízes e advogados. Pelo contrário, a tecnologia atua como uma ferramenta auxiliar, liberando os profissionais das tarefas repetitivas e permitindo que se concentrem nos aspectos mais complexos e humanos da justiça. A decisão final, ética e humanizada, continuará sendo de responsabilidade dos seres humanos.
Outro aspecto positivo da IA no judiciário é a democratização do acesso à justiça. Sistemas automatizados podem oferecer assistência jurídica básica para cidadãos que não têm condições de pagar por um advogado, além de disponibilizar informações jurídicas de forma mais acessível e compreensível.
Apesar dos benefícios, é crucial abordar as preocupações éticas e de privacidade associadas ao uso da IA. A transparência nos algoritmos utilizados, a proteção dos dados pessoais e a garantia de que a tecnologia não perpetue preconceitos são questões essenciais para a implementação responsável da IA no judiciário.
A utilização da inteligência artificial no judiciário representa um avanço significativo em direção a uma justiça mais ágil e acessível, sem descuidar que a adoção dessa tecnologia seja feita de forma ética e transparente, garantindo que os direitos e a privacidade dos cidadãos sejam respeitados.
Com um equilíbrio adequado, a IA pode transformar positivamente o sistema de justiça, beneficiando a sociedade como um todo.
*Juiz de Direito em Vitória da Conquista – BA, Professor da EMAB
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