473 ANOS
Salvador para soteropolitanos: confira lugares para conhecer
Portal A TARDE traz dicas de locais que merecem ser visitados por quem nasceu ou vive na capital baiana
Por Da Redação
Se você nasceu em Salvador ou mora na capital baiana, deve saber de cor quais são os locais mais visitados por milhares de turistas todos os anos. Mas, neste 29 de março, a equipe do Portal A TARDE reuniu algumas dicas de lugares não necessariamente turísticos que merecem ser conhecidos pelos soteropolitanos. Cada um foi escolhido por um jornalista, a partir da relação pessoal com o local. Claroq ue muitos outros ficaram de fora, mas aqui vai um recorte daqueles que se destacaram em nossa memória afetiva:
Acervo da Laje
“Nosso presente para cidade é a existência do Acervo da Laje”. A declaração é do gestor do espaço, José Eduardo, que, em 2010, junto com Vilma Santos, idealizou a tríade casa-museu-escola. O Acervo da Laje funciona no bairro de São João do Cabrito, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, na região conhecida como "Novos Alagados”.
Baseado no sítio histórico onde foi travada a derradeira batalha da Independência do Brasil na Bahia, o Acervo da Laje se constitui como um espaço de memória artística, cultural e de pesquisa sobre a região da cidade onde está inserido. Contando com duas casas que abrigam bibliotecas, hemeroteca, arquivo fonográfico, artefatos históricos, peças de artesania, fotografias e demais objetos artísticos, o espaço é reconhecido não só na Bahia, mas em todo o país.
Ainda de acordo com José Eduardo, a visita ao Acervo da Laje é indicada não apenas pela estrutura física que o espaço oferece, mas também “por contar outra história de Salvador, outra memória, das periferias da cidade e da exuberância da produção artística, estética e cultural na sua materialidade.” O gestor convida o público a conhecer as instalações do projeto e antecipa que, após participar da exposição “A memória é uma invenção” no MAM do Rio de Janeiro, o Acervo está se preparando para fazer uma residência no MAM da Bahia.
Bar Lagoa dos Frades
Há um velho ditado que diz que “baiano não nasce, estreia”. Evidentemente, é uma força expressão, já que, embora Salvador seja a cidade natal de grandes artistas, nem todo soteropolitano tem um talento nato para a música. Um bar no Stiep, porém, garante público a quem gosta de soltar a voz, sem que seja necessário competir no The Voice. “É muito bom ver o público retornando”, disse a proprietária do Bar Lagoa dos Frades, Cátia Reis.
O bar com karaokê, que fica na Travessa Arnaldo Lopes da Silva, como muitos locais de Salvador, ficou fechado por um bom tempo por conta da pandemia de covid-19. Até então, a Lagoa dos Frades não tinha dinossauros, mas somente neste período pandêmico deixou de ter artistas. A música mais pedida pelos clientes é “Evidências”, de Chitãozinho & Xororó.
O bar tem 30 anos, 27 deles com karaokê. Sucesso não só por dar a possibilidade de os clientes cantarem, mas também pela cerveja sempre gelada e pelos petiscos e refeições muito gostosos.
O estabelecimento abre todos os dias às 11h30, mas o karaokê abre às 16h e costuma atrair mais público pela noite. Segunda-feira é o único dia da semana que não tem karaokê, pois o fechamento do local acontece às 15h. Domingo, terça, quarta e quinta, o local costuma fechar às 23h, ou até mais tarde, dependendo do movimento, apontou Cátia. Sextas e sábados, a cantoria costuma ir pelo menos até às 2h.
Buraco da Sereia
Considerado um dos pontos mais conhecidos de Salvador, o Farol da Barra possuía um ‘segredo’ que, até pouco tempo, não era muito conhecido pelos turistas nem pela própria população soteropolitana: o Buraco da Sereia.
A piscina natural, localizada na lateral traseira do Forte de Santo Antônio da Barra, tem chamado a atenção de banhistas e frequentadores da região por causa da beleza natural, capaz de render boas fotos e com uma maravilhosa paisagem ao fundo. Antes desta popularização, o Buraco da Sereia era considerado uma área pouco acessível da praia. Além da poluição, o local era marcado por uma densa quantidade de ouriços do mar, que traziam perigo e desconforto aos que resolviam se aventurar.
Depois da realização do processo de limpeza e retirada dos ouriços presos nas pedras, a região se tornou viável ao lazer das pessoas. Para aproveitar a localidade, entretanto, se faz necessário a presença da maré baixa, mais comum durante o período da manhã.
Centro de Arte A.B.O.C.A
As opções culturais de Salvador são inúmeras. Tem tudo quanto é tipo de manifestações artísticas na cidade: as que atendem desde os turistas que querem conhecer o que veem na TV sobre a capital baiana, até espaços que aquecem o coração de quem já é soteropolitano.
Em uma rua pouco movimentada do Santo Antônio Além do Carmo, fica o Centro de Artes A.B.O.C.A (Associação Baiana e Observatório de Cultura e Arte), que nasceu da ocupação de uma ruína no Centro Histórico de Salvador e se tornou a morada de várias expressões artísticas.
As quartas-feiras são antológicas com as apresentações de Portella Açúcar & Veko Araújo, acompanhados de A Outra Banda de ABOCA. O espaço fica na Rua dos Marchantes, 12.
Dogão da Taty
A chegada foi de forma discreta. Um carrinho incrementado com a conhecida estrutura para a produção de uma iguaria simples e muito cobiçada: o famoso hot-dog. Na rua Bráulio Nascimento, em Amaralina, lá está o 'Dogão da Taty'. Quem bota a mão na massa é o marido de Taty, Neidson, ao lado da mãe dele, Dona Janete. De segunda a quinta-feira, ele chega ao local por volta de 17h30 e só sai à 1h. às sextas e sábados, dá uma "esticada" e vai embora apenas às 5h. Como é "de Lei" e todo mundo merece, a folga é sempre na terça-feira.
"O ritmo é intenso. Vou e volto para casa empurrando meu carrinho. Apesar das ladeiras, a coragem me faz enfrentá-las", diz Neidson. O negócio começou em agosto de 2019 mas, 7 meses depois, eles foram obrigados a interromper as atividades por causa dos decretos em meio á pandemia. Com as flexibilizações, a angústia se transformou em esperança e confiança. Hoje, Neidson vende o doguinho a R$ 4 e o dogão a R$ 8, além do dogão duplo a R$ 10. Os clientes chegam a pé, de carro, moto e bicicleta. O movimento não para e o que se espera é vida longa ao 'Dogão da Taty'.
Jardim Botânico de Salvador
Nem todo soteropolitano sabe que a cidade tem um Jardim Botânico, apesar dele ter sido criado há 20 anos, em março de 2002. Situado na Avenida São Rafael, no bairro do São Marcos, o local é uma importante área de estudo, manutenção e conservação da Mata Atlântica na capital baiana.
O espaço tem cerca de 61 mil espécies vegetais nos 160 mil metros quadrados de área. O equipamento passou por reforma em 2020 e, atualmente, conta com 2,2 mil m² de área total construída. O prédio principal abriga um depósito, estufa e um herbário, além da trilha elevada de 795m de extensão pela mata.
Foi criado também um pavilhão de observação da natureza e viveiro. Uma antiga caixa d’água foi transformada em uma obra de arte, após intervenção do artista plástico Bel Borba. O Jardim Botânico de Salvador funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Laranja do Tio
O carrinho de suco e salgados fica de frente para a praia da Ribeira (avenida Beira Mar) e tem cada coisa mais gostosa que a outra. É certo voltar da praia e fazer uma parada lá pra saborear um lanchinho.
Entre os petiscos que se destacam, estão as coxinhas e as empadas, e até quem pratica atividades físicas no local dá uma paradinha no local.
Isso sem contar a vista que serve de cenário para o carrinho e a possibilidade de apreciar o por do sol enquanto come um lanche.
Largo 2 de Julho
Um cantinho no centro da Soterópolis que está perto de vários lugares dentro do chamado “lugar comum” da cidade, como Pelourinho ou Barra: o bairro 2 de Julho, que é pequeno em extensão, mas enorme no coração daqueles que vivem aqui.
E por que o 2 de Julho? Porque lá os amantes da Velha Salvador encontram de tudo. É possível, por exemplo, “tomar uma” – pra falar em bom baianês – nos bares que resistem à passagem do tempo e com os seus fieis frequentadores. Se quiser ouvir boas resenhas, sejam elas histórias de pescador ou não, vale a pena chamar o garçom, pedir uma cerveja gelada – ou bebida da sua preferência – e apenas escutar a sabedoria dos mais antigos. Ou até mesmo juntar sua galera e trocar uma ideia por lá.
Além disso, a região é um prato cheio para os que gostam não apenas de frutas e diversas iguarias que lá são vendidas. O 2 de Julho também é considerado o paraíso dos “crocheteiros” – manufatura que, antes, era considerada coisa de avó e hoje caiu nas graças até dos influenciadores digitais. Ah, por último, e isso se você tiver a sorte de ter um amigo que mora no bairro, ir até o apartamento dele e perceber uma vista para a Baía de Todos-os-Santos que é simplesmente de tirar o fôlego.
Museu do Sorvete
No calor de Salvador, um sorvetinho sempre cai bem para dar aquela refrescada. Agora imagine um museu dedicado a esta delícia? Este é o Museu do Sorvete, que funciona no Solar Amado Bahia, um casarão localizado na Ribeira e que foi restaurado pela empresa Sorvetes Real. O local centenário, que reúne referências históricas e lúdicas à fabricação de sorvetes, possui 52 cômodos distribuídos em três pavimentos, sendo dois deles abertos ao público.
No primeiro piso, é possível fazer uma visita guiada ao mundo do sorvete. O Solar conta ainda com a sorveteria, uma lojinha e um espaço kids. O funcionamento é de terça a domingo, das 10h às 19h. O acesso à sorveteria é gratuito, e ao museu custa R$ 10.
Vila Brandão
Localizada entre a Igreja da Vitória e o Yacth Clube, a comunidade Vila Brandão, que conta com cerca de 300 moradores, é um dos pequenos paraísos perdidos de Salvador, com uma bela vista para a Baía de Todos-os-Santos. No local, dá para fazer um passeio de barco em água tranquila e transparente, mantendo uma sintonia com a natureza.
A comunidade também conta com um mirante, parquinho, quadra, horta coletiva, terreno com fonte de água natural e trilha no meio da mata. Em um clima interiorano, a Vila Brandão sobreviveu a uma ameaça de desapropriação e se mantém como um pequeno pedaço de simplicidade e beleza em meio a um das áreas mais valorizadas de Salvador.
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