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OPINIÃO

A incoerência no debate sobre a mineração

Confira o artigo de Henrique Carballal, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM)

Por Henrique Carballal*

18/07/2025 - 17:43 h
Presidente da CBPM, Henrique Carballal
Presidente da CBPM, Henrique Carballal -

Vivemos em uma era de contradições gritantes. Um dos exemplos mais evidentes disso é a postura daqueles que, com um celular na mão, gravam vídeos dizendo que a mineração deve acabar. Ora, se a mineração acabar, não haverá mais celulares, nem desenvolvimento da ciência e da medicina, nem indústrias. Voltaríamos à era da pedra lascada, na qual, inclusive, também se dependia da mineração. Essa incoerência é tão extrema que poderíamos analisá-la sob a ótica de um desafio à lógica comum.

A mineração está presente em tudo o que diz respeito à vida moderna. Literalmente tudo. Desde o momento em que acordamos e pegamos nossos celulares, que contêm cerca de 60 elementos químicos extraídos da terra, até o transporte que utilizamos, as construções onde vivemos e os equipamentos médicos e remédios que salvam vidas.

A mineração está no lítio das baterias, no cobre dos circuitos, no silício das telas, no ouro, na prata, além de fornecer componentes essenciais para a produção de medicamentos que tratam dores de cabeça, nas articulações e em outras enfermidades similares, utilizando minerais e metais como sódio, cálcio, potássio, magnésio e molibdênio.

É óbvio que aqui não estamos falando de garimpos ilegais ou de mineradoras que insistem em operar sem respeito à comunidade e sem atenção a indicadores de sustentabilidade. A mineração irresponsável deve ser denunciada e combatida, sim, tal como as atividades ilegais que ocorrem em quaisquer outros setores, como na agricultura, na construção civil e no comércio.

A questão é que essa oposição generalizada contra a mineração é um contrassenso. Há um claro paradoxo quando se usufrui dos benefícios e, ao mesmo tempo, se combate a fonte. O que torna essa situação ainda mais ilógica é que as críticas não vêm de pessoas completamente alheias ao mundo real, mas de supostos "ativistas" e "intelectuais" que insistem em defender narrativas incompatíveis com a realidade. São aqueles que, mesmo usufruindo de todos os benefícios da mineração, promovem discursos radicais contra a atividade. Esse fenômeno se assemelha às táticas de desinformação e negacionismo que são frequentemente criticadas em diversos debates políticos.

O perigo do extremismo ideológico

Assim como existem movimentos que distorcem a realidade para defender teses absurdas, como a do Terraplanismo, por exemplo, também observamos a mesma tendência em alguns segmentos de radicalismo com outras agendas.

Esses grupos, por sua vez, fazem exatamente o mesmo: propagam desinformação e buscam manipular a opinião pública em nome de uma causa que, por vezes, carece de uma compreensão profunda sobre o assunto. O resultado disso é um debate empobrecido e um setor econômico fundamental sendo tratado como vilão. É crucial ressaltar que todo extremismo é perigoso, seja ele de esquerda ou de direita, pois ambos tendem a ignorar a complexidade dos temas em favor de dogmas.

Evidentemente, a mineração precisa ser feita de forma responsável, como afirmei anteriormente. Mas defender que a mineração deve acabar é um absurdo que ignora a realidade. Quem defende essa ideia não apenas ignora a importância dos minerais para a sociedade, mas também demonstra uma falta completa de compreensão sobre como o mundo moderno funciona.

O problema não está na mineração em si, mas na inflexibilidade e na incoerência de quem a critica sem abrir mão dos seus benefícios. Enquanto isso continuar ocorrendo, seguiremos reféns de um discurso histérico, radical e desprovido de qualquer embasamento lógico.

Espero que, um dia, essas posições extremistas deem lugar a um debate mais pragmático e construtivo. Mas, enquanto isso não acontece, continuamos assistindo ao espetáculo de uma rigidez ideológica que prejudica a busca por soluções reais.

E a transição energética? Continuará dependendo da mineração sustentável e inclusiva, a única capaz de viabilizar as tecnologias que podem, de fato, salvar o planeta.

*Henrique Carballal, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM)

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Tags:

Bahia brasil cbpm energia mineração

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