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Acordo para reestruturação da Braskem sinaliza fortalecimento da Petrobras e do emprego
Confira o artigo de Deyvid Bacelar

Por *Deyvid Bacelar

O acordo para a reestruturação da Braskem, anunciado no último dia 15, e que deverá ser ratificado pelo conselho de administração, abre uma perspectiva promissora para a empresa e para os trabalhadores, que há anos enfrentam um processo de deterioração da maior petroquímica da América Latina e sexta do mundo.
Após anos de negociações e de incertezas sobre o futuro da Braskem, as partes chegaram a um entendimento, marcando, assim, o fim de uma das crises mais longas e complexas relacionadas à governança corporativa.
O negócio envolve um acordo de bancos, com a aquisição de aproximadamente R$ 20 bilhões em dívidas da Novonor, que permitirá resolver um complexo impasse societário. A empresa IG4 Capital passará a deter 50,1 % do capital votante e 34,3% do capital total da Braskem. Já a Petrobras permanecerá como importante sócia, com 47% do capital votante, viabilizando um modelo de controle compartilhado, onde a gestão da companhia será paritária, com o mesmo número de diretores e de conselheiros para cada lado.
A expectativa é que a recomposição da Braskem, com a participação da Petrobras no modelo de gestão, consiga reverter a atual situação de crise da empresa, e trazer melhores resultados financeiros, operacionais e segurança aos trabalhadores, que a cada dia se deparam com a ameaça de demissão.
A recomposição da Braskem deverá resultar no fortalecimento da Petrobras e, consequentemente, da economia brasileira.
A Petrobras terá a oportunidade de avançar no processo de verticalização de sua cadeia produtiva, diversificando suas atividades estrategicamente e gerando emprego e renda para os brasileiros.
Com isso, alimenta-se a esperança de recuperação da empresa, que já chegou a empregar mais de 24 mil trabalhadores, entre próprios e terceirizados, e que tem atuação em todo o país e no exterior. São empregos altamente qualificados nas várias unidades industriais da Braskem no Brasil, concentradas principalmente em São Paulo (ABC, Cubatão, Paulínia), Bahia (Camaçari), Rio Grade do Sul (Triunfo), Alagoas (Maceió, Marechal Deodoro) e Rio de Janeiro (Duque de Caxias), além de um centro de P&D em Campinas, fornecendo resinas e produtos químicos, como eteno, propeno, polietileno, polipropileno, PVC e outros insumos essenciais.
Pelo acordo anunciado, toda a estrutura operacional da empresa, as diretorias de logística, operação e engenharia ficarão com a Petrobras, assim como o corporativo que concentra, entre outros, as áreas de RH e SMS (saúde, meio ambiente e segurança). Quanto ao CEO da empresa, haverá um rodízio com o chairman do Conselho de Administração (CA). No primeiro momento, caberá ao sócio controlador indicar o CEO, e a Petrobras a presidência do CA.
No campo operacional, tudo indica que a estatal, com sua expertise, terá um papel chave num setor essencial para a vida cotidiana dos brasileiros, para o PIB e para as contas públicas, uma vez que a petroquímica é um dos segmentos que apresentam grande déficit na balança comercial.
*Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão
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