ARTIGOS
Editorial - Alimento divinal
Os quatro bancos de leite de Salvador enfrentam déficit de 48%
Por Da Redação
Chegamos ao mês “Agosto Dourado” para chamar a atenção de mais este absurdo, pois diante de uma existência de regulamento inflexível – doença, velhice, morte – só restam a compaixão e a solidariedade umas pessoas com as outras.
Os quatro bancos de leite de Salvador enfrentam déficit de 48%, deixando à metade o volume do nutriente lácteo disponível para nossos recém-nascidos.
Reportagem publicada por A TARDE expôs a dificuldade de reposição quando poderia partir da cidadania a presença em filas de doadoras na hipótese de o país, algum dia, alcançar um desenvolvimento moral iniludível.
O Hospital Geral Roberto Santos tem 80 dos 180 litros imprescindíveis; a Maternidade de Referência Prof. José Maria de Magalhães Netto está com 65 dos 100 litros; o Instituto de Perinatologia da Bahia começa cada aurora na incerteza de atender a demanda no decorrer do dia e a Maternidade Climério de Oliveira dispõe de 30% da meta de estoque mensal, em média.
O leite materno constitui não apenas o melhor dos alimentos, o néctar da vida, mas tem função de imunizante e por sua sucção o bebê tem acesso ao afeto e conhece o primeiro amor externo ao útero – fundamento do “ego” ou personalidade.
Já passa de 3 mil anos o reconhecimento do produto natural servido nos seios: desde a fase mítica da Antiguidade, quando Héracles amamenta de Hera, mulher de Zeus, e assim adquire uma força acima da média, tendo cumprido 12 trabalhos impossíveis em sua juventude; ou mesmo na criação da Via Láctea, num jato do leite divinal da deusa olimpiana.
O principal aliado na luta contra a mortalidade infantil ultrapassa a condição de contingente e chega a ser necessário para a plena saúde do rebento.
Caso disputasse nos “Jogos do Cotidiano”, uma ilustrativa modalidade, “a defesa das crianças”, o campeão leite teria acesso ao alto do pódio, facilmente, garantindo a rebrilhante medalha de ouro.
Vamos tentar melhorar esta “classificação” para atendimento dos nenéns cujas mães não tiveram a sorte de servirem o primeiro e completo alimento.
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