Editorial - Estado ativo

O resgate de R$ 560 milhões por parte do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos faz da Bahia referência nacional de combate à sonegação e aos crimes contra a ordem tributária, tal seu alcance e sucesso. Deste trabalho deriva a sensação de justiça, por representar o retorno dos bens financeiros à sociedade capaz de produzi-los, permitindo, desta forma, ao Estado, gerir recursos do erário para direcionamento ao bem estar geral.

São 12 anos de serviço incessante bem avaliado em 40 operações especiais, sem deixar de zelar pela presunção de inocência e amplo direito de defesa dos cidadãos chamados “contribuintes”, em contexto de investigação plena. A força-tarefa reúne pesos-pesados da República chamados a levar a “nocaute” todo e qualquer falso esperto a tentar lesar o tesouro, esgueirando-se nas cordas a fim de tentar ludibriar juízes e homens de distintivo.

Estão juntos na empreitada o Ministério Público Estadual, o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, as secretarias estaduais da Fazenda, da Segurança Pública e da Administração, contando com a Procuradoria-Geral do Estado. A geografia relacionada à força econômica de municípios onde os indícios de fraude são detectados justifica a capilaridade das ações corretivas em Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna e Barreiras.

Até o final do ano, caso os rastros resultem em pistas certeiras, serão cobrados outros R$ 214 milhões subtraídos aos cofres por quem tenta a via de libertar-se em articulações individuais sem rumo coletivo. Por outra via, a teimosia do contingente de arteiros indica a necessidade de se planejar uma melhor educação da cidadania, já nos primeiros anos do ensino fundamental, visando persuadir da importância do recolhimento dos impostos.

Tomando-se como exemplos evidentes apenas dois, a imunização contra enfermidades e a vigilância nas estradas, na volta do São João, a aparente “sangria” de recursos pode ser interpretada como o melhor dos investimentos.