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Educações ativismos e soberania digital

Confira o artido do professor Nelson Pretto

Por Nelson Pretto*

19/10/2024 - 0:30 h
Professor Nelson Pretto
Professor Nelson Pretto -

Ao longo dessa semana, as palavras do título deste artigo circularam pela mídia. Nosso grupo de pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC), da Faculdade de Educação da UFBA, que celebra agora 30 anos de pesquisa, ensino e extensão, tem em sua agenda justamente a relação entre todas essas dimensões, que, para nós, são estruturantes dos atuais processos sociais e, por óbvio, educacionais. Para essa celebração reunimos muita gente da Bahia, do Brasil e de outros países durante o III Seminário Internacional Conexão Escola-Mundo, que se encerrou ontem, sexta-feira, numa fundamental parceria com a Academia de Ciências da Bahia (ACB) e com apoio financeiro da CAPES e do Nic.br/Cgi.br.

Entendemos que as tecnologias digitais, hoje disponíveis de forma ubíqua na sociedade, têm transformado radicalmente a forma como vivemos no mundo contemporâneo. São os aplicativos para transporte, a telemedicina, os mapas online, a chamada internet das coisas, os mensageiros e as redes sociais que, muitas vezes, vêm infernizando a vida de famílias e professores, constituindo-se numa verdadeira droga viciante. Sim, droga viciante, pois, com seus algoritmos opacos, nos fazem utilizá-los sem nem mesmo perceber. Como diz a pesquisadora espanhola Marta Peirano, precisamos desconfiar dos nossos desejos mais íntimos, pois não sabemos quem ou o que os colocou ali. Ela afirma isso em seu livro, infelizmente ainda não traduzido, chamado O Inimigo Conhece o Sistema.

Vivemos impulsionados por uma lógica capitalista centrada no consumo, num verdadeiro Culto à Inovação, como afirmou o pesquisador catalão Eduard Aibar no nosso evento, com base em seu último livro, que tem justamente esse título. Inovação virou uma palavra da moda, que nos induz a pensar que é sempre algo ligado à vanguarda e que sempre nos trás coisas boas. No entanto, nem sempre a inovação tem trazido benefícios à sociedade. Um dos aspectos que mais me preocupa é justamente a inovação como modismo, que, em última instância, nos faz comprar aparelhos já concebidos com data de morte – a chamada obsolescência programada –, o que nos leva a descartá-los rapidamente, sem sequer tentar consertá-los, com graves consequências ambientais.

É fundamental pensarmos nessas e em outras questões que estão hoje desafiando a sociedade como um todo. Algumas delas, são centrais, pois podem nos garantir o que denominamos de soberania digital tecnológica. Para tal, é necessário que o país tenha instituições e setores do governo que garantam uma infraestrutura nacional de rede acadêmica que possibilite superarmos a nossa dependência das chamadas big techs, as grandes empresas de tecnologias concentradas no vale do Silício americano que acumulam as maiores riquezas do mundo a partir dos nossos dados.

Os desafios são muitos e só com a mobilização da sociedade teremos como enfrentá-los.

*Professor da Faculdade de Educação da UFBA

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