ARTIGOS
Os novelões Yellowstone e Dallas
Confira artigo de opinião de Jolivaldo Freitas
Por Jolivaldo Freitas

Sou noveleiro e ultimamente ando mexendo com séries. Um pouco atrasado, estou assistindo Yellowstone, que faz sucesso com longas temporadas — muito bom, por sinal —, com a saga da família começando na série 1883, depois 1923 e seguindo com Yellowstone. É a história da família Dutton, conduzida por John Dutton, que controla o maior rancho contíguo dos Estados Unidos. Sofrendo ataques sem piedade de bandoleiros, maus-caracteres, empresários, milionários e de indígenas. Tudo se passa na fronteira onde atualmente está o primeiro Parque Nacional dos Estados Unidos. É uma série violenta, densa, drástica, com reveses contínuos — e não faço spoiler.
Imagine o que é viver numa região sem jornais, onde a civilização vai chegando em lombo de burro e a passo de tartaruga. A lei? Sem lei. Com leis do mais forte ou mais valente. De quem tem o poder da terra. Xerifes vendidos, políticos comprados. Tudo se passa no olhar da família Dutton até os anos de 1923.
Quem é mais velho lembra da série americana de nome Dallas, que começou devagar, foi ganhando dimensão e fez tanto sucesso a partir de 1978 que durou até 1991. Embora seja diferente dos Dutton e se passe no Texas, a família Ewing é o centro de tudo. Eles, donos da petrolífera Ewing e do rancho de gado Southfork. Enquanto em Yellowstone quase todos são inimigos dos Dutton, em Dallas a briga é entre duas famílias poderosas, mas o enredo chega em vários momentos a se entrelaçar. E assim as séries vão durando, e tome capítulos a dar com pau. O vilão-herói-mau-caráter J.R. de Dallas é uma espécie de Dutton. O que vale é a sobrevivência, mesmo em épocas distintas.
O novelão Dallas terminou em maio de 1991 e rendeu outros filhotes como a série spin-off Knots Landing, com catorze temporadas. No ano de 2012, o canal TNT lançou uma nova e atualizada continuação de Dallas — sucesso. Yellowstone já rendeu outros filhos, e novos virão. Gado, óleo, terra, poder e dominação no caminho destes novelões chamados de séries. Mas vale assistir se você gosta de old and new cowboys.
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Escritor e jornalista. Autor de "Vulgar" e "Baianidade", dentre outros livros.
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