ARTIGOS
Vacinação nas escolas - para além da saúde pública, uma ação educativa
Confira o artigo de Rowenna Brito, secretária de Educação da Bahia
Por Rowenna Brito

Em um momento da história do Brasil existiu um órgão estatal, vinculado ao governo federal, chamado Ministério da Educação e Saúde Pública, criado pelo presidente Vargas, que numa tradução contemporânea seria o MEC e o Ministério da Saúde em uma única pasta. É evidente que nos nossos dias seria impossível a administração conjunta de educação e saúde em uma única instância administrativa, seja no governo federal, estadual ou municipal, mas compreendo que conceitos da saúde, principalmente no campo da saúde preventiva e coletiva são elementos curriculares que devem ser abordados nas escolas.
Vacinar em escola é destacar que o conhecimento científico.
Das questões de saúde pública e coletiva, que devem ser abordadas nos bancos das escolas, talvez a vacinação seja simbolicamente a mais pedagógica. Vacinar em escola é destacar que o conhecimento científico que começa a ser estudado desde os primeiros anos da escolarização tem como culminância as complexas e elaboradas pesquisas acadêmicas que fomentam a produção das vacinas nos grandes centros de pesquisas e universidades.
A minha formação como geógrafa permite compreender criticamente que as últimas interpretações equivocadas e retrógradas chamadas de “movimento antivacina” é a representação do atraso e violência contra o conhecimento científico, que chegou à alegoria grotesca de que ao tomar vacina era possível virar jacaré. É um pensamento medieval, arcaico, que numa analogia histórica lembra a Revoltas das Vacinas que ocorreu no Rio de Janeiro em 1904, como sempre resultou em mortes, fato que se repetiu e dizimou milhares de vidas recentemente.
O Governo Lula tem feito um movimento nacional de vacinação nas escolas, envolvendo diretamente o Ministérios da Educação e o Ministério da Saúde, com a expectativa de vacinar 30 milhões de estudantes do Brasil de todas as etapas e faixas etárias, desde as crianças nas creches até os adolescentes do Ensino Médio, numa mobilização que envolverá redes municipais e estaduais, tendo a escola como catalizador de educação e promoção da saúde.
Destaco que as Unidades Estaduais de Ensino estarão sempre abertas para as vacinas pois elas salvam vidas.
Destaco que as Unidades Estaduais de Ensino estarão sempre abertas para as vacinas pois elas salvam vidas, previnem doenças, mas acima de tudo, dizem a cada estudante da Bahia que o conhecimento científico deve ser valorizado e respeitado. Nas escolas materializamos o futuro, criamos e recriamos conceitos, e temos a certeza que educamos individualmente e coletivamente as gerações, sempre combatendo a desinformação, as inverdades, que nem de longe têm fundamento na ciência.
As escolas estaduais estão abertas e são mobilizadoras das campanhas de vacinação, pela crença na ciência, para promoção da saúde e para o desenvolvimento pleno da nossa juventude.
Na linguagem dos nossos jovens... “Estamos colados com as vacinas”.
*Rowenna Brito é secretária de Educação do Estado da Bahia.
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