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NEGÓCIOS

Bahia intensifica produção de flores na primavera

Estado ocupa oitava posição no ranking dos produtores nacionais

Por Inara Almeida*

16/10/2023 - 7:16 h | Atualizada em 20/10/2023 - 14:01
Dentre os municípios que se destacam está Maracás – a Cidade das Flores
Dentre os municípios que se destacam está Maracás – a Cidade das Flores -

Cheias de vida, cores e aromas, as flores, marcas registradas da primavera, já estão começando a tomar conta das ruas, casas e do comércio. A Bahia, apesar de ser responsável por apenas 2% da produção de flores e plantas ornamentais do Brasil, gera volume o suficiente para ocupar a oitava posição no ranking nacional, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Flores (Ibraflor).

Dentre os municípios baianos que se destacam na produção de flores, Maracás – a Cidade das Flores –, é o que sai na frente, com a maior quantidade de produtores, entre associações e produções privadas. Vitória da Conquista, Feira de Santana, Ilhéus, Mata de São João, Camaçari e Morro do Chapéu também intensificam a produção durante este período do ano.

De acordo com o diretor da Ibraflor, Renato Opitz, com a chegada da estação das flores, o mercado costuma ficar bastante aquecido. “As expectativas são as melhores possíveis. As pessoas passam a consumir mais flores para o seu uso próprio, dentro de casa, mas também há a retomada dos projetos paisagísticos, jardins que são refeitos. Isso deve aumentar a expectativa do consumo de flores e plantas nos próximos meses”, pontua.

Gilvan dos Santos produz as flores de corte mais consumidas no Brasil, as rosas, no município de Maracás. Segundo ele, durante a primavera, além do crescimento da produção, há um aumento na qualidade das flores.

“O inverno prejudica muito a produção de flores, não ficamos sem vender, mas não conseguimos uma qualidade e quantidade adequada para suprir os clientes. Já na primavera conseguimos bastante mercadoria e com uma qualidade muito superior”, destaca.

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Maior oferta

De fato, a época da primavera é sinônimo de maior oferta de flores, destaca Manoel Oliveira, presidente da Comissão Nacional de Hortaliças e Flores da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Características como o aumento gradativo das temperaturas e intensificação das chuvas explicam o fenômeno.

“Durante o período de inverno, as plantas entram em um ciclo mais longo de produção e isso diminui muito a oferta, chega a quase 1/3. O pico de produção acontece na semana 42, o auge da primavera, normalmente”, relata.

A rosa, queridinha dos brasileiros, é uma das espécies que mais se destacam no ciclo da primavera. Flores como Azaléias, Lírio, Tulipas e Margaridas também estão na lista das mais consumidas durante a estação.

O início oficial da primavera foi no dia 23 de setembro, mas, de acordo com Rone Botelho, dono da Floricultura Flores Botelho, situada em Maracás e Vitória da Conquista, a intensificação das vendas acontece, de fato, em meados de dezembro.

“Na primeira semana de dezembro já existe um boom nas vendas, porque as pessoas começam a receber parentes em casa, clientes em pousadas, pessoas reformam suas casas, então, isso alavanca a venda de flores”, explica. A estação das flores dá lugar ao verão a partir do dia 22 do último mês do ano.

Apesar do grande potencial e da diversidade de espécies, cultivadas tanto em clima tropical como subtropical e temperado, a produção de flores e plantas ornamentais na Bahia ainda está longe de alcançar os grandes produtores do país, situados, principalmente, em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

No mercado de flores há vinte anos, Sérgio Miranda afirma que, apesar das épocas de ascensão nas vendas, os produtores baianos não conseguiram se organizar para manter o ritmo, diante da concorrência em relação a outros estados.

“É complicada a comercialização, porque competir com as flores que vêm do Sul do país e de São Paulo, principalmente, é muito difícil. Mas, os que estão no mercado há um tempo e já têm os seus clientes, conseguem escoar”, diz.

Segundo o produtor, sua produção de flores tropicais, no baixo sul da Bahia, já chegou a ser comercializada fora do estado, mas hoje está limitada a cidades baianas e eventos, como congressos e formaturas.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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