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AQUICULTURA

Bahia tem potencial para se tornar maior produtor nacional de pescado

Setor oferece mais de 100 mil postos de trabalho no estado

Fábio Bittencourt

Por Fábio Bittencourt

30/10/2023 - 6:00 h | Atualizada em 30/10/2023 - 8:26
Imagem ilustrativa da imagem Bahia tem potencial para se tornar maior produtor nacional de pescado
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Com mais de 900 quilômetros de praias, a maior extensão litorânea do País, a Bahia tem potencial para ser o maior produtor nacional de pescado, mas ainda compra de outros estados boa parte do peixe que consome. Dados de produção, no entanto, são desconhecidos, e o número de profissionais em atuação é apenas presumido, entre 100 mil e 140 mil trabalhadores.

Com o objetivo de discutir os principais desafios do setor, bem como políticas de fomento, nos dias 10 e 11 novembro serão realizados em Salvador o 19º Encontro de Pescadores e Aquicultores na Bahia e o 1º Fórum Nacional da Pesca e Aquicultura. Os eventos vão acontecer no Cerimonial Rainha Leonor (Pupileira), na avenida Joana Angélica, em Nazaré, Centro da capital baiana.

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A estimativa é reunir cerca de 1,5 mil participantes de todo o estado, entre trabalhadores da pesca, lideranças, empresários, gestores e representantes do poder público, diz o presidente da Federação Baiana dos Trabalhadores de Pesca e da Aquicultura (Febape), Antônio Carlos Teixeira, o "Carlinhos da Pesca", 54.

Com 20 anos de experiências no ramo, dois à frente da entidade, Carlinhos destaca que, devido à dimensão da costa e riqueza das águas (salgada e doce), a Bahia, afirma, deveria ser a maior produtora de pescados do Brasil, tanto da pesca de captura quanto da aquicultura, que é o cultivo racional de organismos aquáticos, em ambiente confinado e controlado.

Na aquicultura, os animais são alimentados por ração, explica o dirigente, com grande diversidade na produção de peixes, crustáceos e moluscos. O destaque, no entanto, segundo ele, é a produção de tilápia, que responde por uma parcela significativa do pescado na Bahia.

“Apesar de possuir a maior faixa litorânea do Brasil, cerca de 14% de toda costa Brasileira, e também a maior extensão ribeirinha no Rio São Francisco – mais de mil quilômetros –, além de grandes açudes e barragens, e de ser a maior consumidora de pescado no Brasil, a Bahia importa mais de 80% do pescado que consome”, fala o presidente da Febape.

Ainda segundo Carlinhos, o setor carece de novas políticas públicas de ordenamento e incentivo da atividade, acesso a linhas de créditos compatíveis com a atividade e programas de capacitação para os pescadores.

“São alguns pontos que julgamos necessários para desenvolver a atividade e possibilitar uma melhoria da qualidade de vida da categoria”, explica.

Ele fala ainda da diminuição das espécies, dos baixos níveis de água doce de rios, açudes e barragens, e de poluição ambiental, como temas que precisam ser debatidos. Além do quesito frota pesqueira.

“O investimento, a abertura de crédito para renovação e manutenção de embarcações é uma das principais demandas dos trabalhadores. É preciso desburocratizar essa área. Infelizmente, o comércio ainda enxerga embarcação e outros itens como equipamentos para ricos", conta.

De acordo com o presidente da Febape, existem entre 130 mil e 140 mil profissionais da pesca cadastrados no estado, mas o número é impreciso devido a outras questões (como o caso de trabalhadores que deixam de formalizar a atuação profissional, por conta do recebimento de auxílios governamentais, entre outros).

Procurada pela reportagem, a Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), informou que trabalha para a elaboração de uma espécie de censo do setor. O Ministério da Pesca e Aquicultura, por meio da assessoria de imprensa, divulgou que no estado há 101.226 trabalhadores envolvidos com a pesca, e 1.224 embarcações em operação.

“Precisamos de mais políticas voltadas para os trabalhadores da pesca, que possui um grande quantitativo de mulheres, na mariscagem, no tratamento e processamento do pescado. Muitos sofrem com doenças ocupacionais, principalmente na visão, articulações. É preciso acesso a equipamento de proteção individual (EPI), camisa, filtro de proteção solar, bota, boné".

De outros estados

As inscrições para os eventos devem ser feitas nas colônias, associações e sindicatos de pescadores de aquicultores espalhados por toda Bahia. Eles vão contar com a participação de delegações de outros estados.

O 19º Encontro de Pescadores e Aquicultores na Bahia e o 1º Fórum Nacional da Pesca e Aquicultura são uma realização da Febape, em parceria com a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Instituto de Desenvolvimento Social e Tecnológico da Pesca e da Aquicultura (Idespa), Bahia Pesca e Prefeitura de Itaparica.

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